Stefanie Lievore Cruz, A. Carvalho, Camila Gonçalves dos Santos, N. D. O. Souza, Tatiana Feltmann Alves, Leonardo Ferreira Fontenelle
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As tendências temporais de mortalidade foram estimadas como a redução percentual anual nas taxas de mortalidade, e o impacto do SUS foi calculado como a diferença de tendência entre causas evitáveis (doenças imunopreveníveis, infecciosas ou não transmissíveis, mortes maternas, causas externas) e não evitáveis. As análises consistiram em modelos de regressão binomial multivariável, por quadriênio. Resultados: A taxa de mortalidade permaneceu igual ou diminuiu para todos os grupos de causas de morte. A probabilidade de um impacto positivo foi maior do que 90% para as doenças imunopreveníveis ao longo de todo o período de estudo; doenças infecciosas em 1996-2003 e 2016-2019; não transmissíveis em 1996-2003 e 2008-2019; mortes maternas em 1996-1999; e externas em 1996-2007. Essa probabilidade foi menor do que 10% para mortes maternas em 2016-2019; e causas externas em 2008-2015. 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Tendência temporal das mortes evitáveis no Brasil, 1996 a 2019
Introdução: As conhecidas conquistas do Sistema Único de Saúde (SUS) se destacam num cenário adverso. Isso torna necessário examinar o efeito do SUS na saúde da população, usando indicadores como as mortes por causas evitáveis. Objetivo: Descrever as tendências temporais de mortalidade por causas evitáveis no Brasil e compará-las às tendências por causas não evitáveis. Métodos: Estudo ecológico de série temporal com dados oficiais de mortalidade, durante os anos 1996-2019, na faixa etária dos 5-74 anos. As tendências temporais de mortalidade foram estimadas como a redução percentual anual nas taxas de mortalidade, e o impacto do SUS foi calculado como a diferença de tendência entre causas evitáveis (doenças imunopreveníveis, infecciosas ou não transmissíveis, mortes maternas, causas externas) e não evitáveis. As análises consistiram em modelos de regressão binomial multivariável, por quadriênio. Resultados: A taxa de mortalidade permaneceu igual ou diminuiu para todos os grupos de causas de morte. A probabilidade de um impacto positivo foi maior do que 90% para as doenças imunopreveníveis ao longo de todo o período de estudo; doenças infecciosas em 1996-2003 e 2016-2019; não transmissíveis em 1996-2003 e 2008-2019; mortes maternas em 1996-1999; e externas em 1996-2007. Essa probabilidade foi menor do que 10% para mortes maternas em 2016-2019; e causas externas em 2008-2015. Conclusão: O SUS tem tido um impacto positivo na redução de mortes por doenças sensíveis à imunização, infecciosas e não transmissíveis no Brasil, embora não tanto para mortes maternas e causas externas.