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Este texto traz conceitos enunciativos discutidos a partir da obra O que resta de Auschwitz, em que Agamben (2008) define testemunho como a relação íntima entre o dizível e o não dizível pela língua. Trata-se de um duplo movimento, cujo (des) encontro edifica a realidade do testemunho: a impossibilidade de dizer, que se torna existente por uma possibilidade de falar. Assim, é pelas noções de testemunha (AGAMBEN, 2008) e de língua em funcionamento (BENVENISTE, 1970/2006) que este estudo se organiza, mais precisamente, mediante o caráter enunciativo da linguagem que circunscreve uma expressão própria da cultura brasileira: o samba de raiz. Na cultura do samba, questiona-se: qual a relação entre a testemunha e o testemunho do sambista que se marca como sujeito do seu dizer no samba de raiz quando, ao empregar a língua, traz nela os valores de uma sociedade? O que se testemunha nesse samba de raiz? Ao tomar a enunciação como guia desta reflexão, o samba de raiz não se reduz a um enunciado em si que se estrutura apenas com as formas da língua; o que interessa é a sua existência, o fato de o samba de raiz ter um lugar único na cultura brasileira.