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Não somos “negros/as”, não somos “índios/as”: da descolonização africana à literatura indígena brasileira
Resumo Correlacionaremos descolonização africana e literatura indígena brasileira, enfatizando três ideias: o colonialismo é o eixo estruturante da produção do/a negro/a e do/a índio/a enquanto menoridade racialmente justificada, levando à sua invisibilização, ao seu silenciamento e ao seu privatismo, de modo que passam a ser representados/as pelo/a branco/a como seu/sua tutor/a, mestre e senhor/a; a descolonização, que somente pode ser feita pelo grupo-sujeito colonizado, confere todo protagonismo a esse mesmo grupo-sujeito menor que, desde essa condição como chaga e estigma racialmente fundado, publiciza sua voz e dinamiza sua práxis crítico-emancipatória; e a produção estético-literária passa a ser o lugar de autoconstituição normativa e de tematização das condições epistêmico-políticas que produzem-reproduzem as minorias político-culturais, tornando-se instrumento político basilar de enfrentamento do eurocentrismo-colonialismo-racismo. A descolonização, ao enfatizar a voz e o protagonismo do e pelo grupo-sujeito menor, desconstrói a ideia naturalizada de negro/a, índio/a, branco/a etc., mostrando-as como politicidade, relacionalidade, normatividade, historicidade.
期刊介绍:
Published twice a year, Alea is a journal issued by the Programa de Pós-Graduação em Letras Neolatinas [Graduate Program in Romance Languages and Literatures] of the Federal University of Rio de Janeiro (www.letras.ufrj.br/pgneolatinas), comprising the following areas: Romance Studies in linguistics (Spanish, French or Italian), and Romance Literary Studies (Hispanic Literatures, Francophone Literatures, and Italian Literatures). The journal publishes original work in literature and linguistics related to these fields.