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摘要
每当人们发现一本被认为遗失的书时,作者的故事就会自动翻开新的一章。令人费解的是,这似乎并没有发生在乌列·达·科斯塔身上。发现考试的tradiçoẽphariseas(1990)海岸贡献这么多,因此必须重新修订的传记,质疑他的文集。从17世纪开始,乌列·达·科斯塔的记忆仅仅是通过他的自传《人的生命》来看待和庆祝的,这本自传在他死后40年(1687年)出版。但早在20世纪初,特别是在考试被发现之后,人们就开始强烈怀疑这本备受赞赏的自传的真实性。然而,乌列·达·科斯塔是一位葡萄牙马拉诺哲学家,因此他提出了一个问题:马拉诺人是谁?为什么它们对葡萄牙王室和宗教裁判所如此重要?是什么让乌列·达·科斯塔和他的家人离开葡萄牙?为了回答这些问题,并满足一开始宣布的愿望,我们将通过两种重要的解释,Israel Salvator revah和antonio jose Saraiva,对“marrano”的史学范畴提出质疑,希望也能对葡萄牙的哲学史做出贡献。
Uriel da Costa (1582?‑1640), o itinerário intelectual de um marrano Português (Porto‑Hamburgo‑Amsterdão)
Cada vez que se descobre um livro que se julgava perdido, dever-‑se-‑ia abrir automaticamente um novo capítulo da história do seu autor. Isto, inexplicavelmente, parece que não aconteceu com Uriel da Costa. A descoberta do Exame das tradiçoẽs phariseas (1990) tinha que reabrir o caso Costa contribuindo tanto para a revisão da sua biografia, quanto para o questionamento do seu corpus. A partir do século XVII, a memória de Uriel da Costa foi perspetivada e celebrada exclusivamente pela sua autobiografia, Exemplar humanae vitae, publicada quarenta anos depois da sua morte (1687). Mas já no início do século XX, e sobretudo depois da descoberta do Exame, começaram a aparecer fortes dúvidas sobre a autenticidade desta autobiografia tão apreciada. No entanto, Uriel da Costa foi um filósofo marrano português e, portanto, justifica-‑se a pergunta: quem eram os marranos? Porque foram tão importantes para a Coroa portuguesa e a Inquisição? O que levou Uriel da Costa e a sua família a abandonar Portugal? Para responder a estas perguntas, e satisfazendo o desideratum anunciado no início, iremos questionar a categoria historiográfica de ‘marrano’ dialogando com duas importantes interpretações, a de Israel Salvator Révah e a de António José Saraiva, esperando, assim, contribuir também para a História da Filosofia em Portugal.