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As reflexões propostas neste ensaio são atravessadas pelos estudos históricos sobre o urbano e pela vivência em cidades, cujos espaços moldados majoritariamente a partir de um olhar masculino universalizante parecem tensionar constantemente o transitar de corpos femininos. A partir de indagações pautadas pela cine-escrita de Agnès Varda, pela errância literária de Lauren Elkin e pela geografia feminista de Leslie Kern, são exploradas dimensões da vida urbana nas quais a tensão e o silêncio associados à presença feminina figuram como se fossem naturais. Uma contrapartida propositiva se explicita a contrapelo: a aposta em cidades que sejam acolhedoras e acessíveis, capazes de abrir possibilidades para sustentar relacionamentos que sustentem respeito e solidariedade. No ensaio, espaços públicos e atitudes que aparentemente favorecem a camaradagem masculina e/ou a invisibilidade da mulher são contrapostos a táticas femininas que forjam certa percepção de invulnerabilidade no apoio mútuo (“mande uma mensagem quando chegar”). Por fim, propõe-se desembaraçar paradigmas que ao mesmo tempo constroem nossas cidades e alimentam sexismos, racismos, preconceitos, desrespeitos e iolências naturalizados na experiência urbana para podermos imaginar e abrir espaços para outros futuros urbanos.