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Pode-se observar que, nos últimos trinta anos, o interesse pelas memórias da escravidão e as expressões do passado, como os lugares de memória, os museus e o patrimônio cultural, intensificou-se. Ao acessar o passado da escravidão, grupos e indivíduos constroem narrativas próprias sobre esse passado e rompem com espaços que, historicamente, produzem um apagamento, quando não um silenciamento e uma marginalização da África e das populações negras em diáspora. Assim, diante desse quadro de reivindicação recente por reconhecimento e patrimonialização das memórias da escravidão, este texto se propõe a interpelar um bem cultural e patrimônio da humanidade, o Sítio Arqueológico Cais do Valongo, a partir das agências de atores sociais negros da região da Pequena África, e os usos políticos do passado por esses atores contemporâneos na luta por identificação, reconhecimento e reparação, bem como na luta contra o racismo.