Aurélio Fabrício Torres de Melo, Breno Martins Campos
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“Mais um domingo no vale das lágrimas”: um ensaio de análise fílmica (Luz de inverno, Ingmar Bergman, 1962)
Este artigo reconhece que a linguagem do cinema é apropriada para a expressão da religião, bem como para fundamentar discussões a respeito dela. De modo geral, quanto à religião, apresentamos uma reflexão sobre o silêncio de Deus em contextos nos quais a morte gera angústia no ser humano. No cinema, de modo particular, escolhemos o filme Luz de inverno como nosso objeto de estudo. Na primeira subseção, oferecemos uma breve descrição conceitual e cronológica da morte no Ocidente, e uma brevíssima história do cinema (com a intenção de inserir Luz de inverno numa cena mais ampla); na segunda, fazemos uma análise fílmica, com o propósito de entender o que a narrativa tem a dizer. Como resultado, deparamo-nos com um roteiro em que todas as personagens experimentam um momento de angústia existencial profunda, uma crise de fé em face do silêncio de Deus, de modo que a vida se compara a um vale de morte e lágrimas. O surpreendente – eis nossa hipótese – é que o silêncio de Deus é quebrado não no púlpito nem no altar, mas, antes, a voz divina se faz ecoar dentro da sacristia.