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Resumo Neste artigo levantamos as problemáticas sobre uma função ética da criação e da imaginação diante dos restos do desastre. Objetivamos percorrer articulações teóricas que enredam as reflexões sobre os conceitos de testemunho e de lugar de fala, colocando-os em perspectiva no que concerne a remontar ou recontar o tempo sofrido. Para isso, localizamos vincos aporéticos nesses conceitos, os quais insistem na exploração do lugar da leitura e do leitor diante de um tempo paradoxal que se coloca também como produção e invenção do tempo presente. Exploramos o caminho das articulações entre tempo, imaginação, imagem, catástrofe e responsabilidade, tendo como resultado a ampliação de um ponto de vista ético pelo ato de criação, que coloca a leitura como produtora de memória.