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CRÍTICA DO ARGUMENTO DA PRIVACIDADE À LUZ DA QUESTÃO DO COMBATE À HOMOFOBIA NAS ESCOLAS
Neste artigo, debatemos a questao do combate a homofobia nas escolas, levantada pela polemica em torno do Projeto Escola Sem Homofobia, sob o ponto de vista de teorias da justica e da democracia com enfoque nas contribuicoes feministas. Sugerimos que a dicotomia liberal entre esfera publica e esfera privada esconde a opressao sobre mulheres e criancas na esfera de privacidade da familia. Tal opressao precisa ser tematizada na esfera publica, ao passo que o argumento da privacidade das familias para a formacao de identidades e insustentavel. As escolas, espacos estrategicos de construcao de identidades, de reproducao e problematizacao de discursos opressores, devem ser encaradas como esferas publicas potencialmente emancipatorias, que fornecam as criancas condicoes para perseguir sua propria autoestima, escolher seus valores e engajar-se num processo autonomo de autodesenvolvimento identitario, protegidas das violencias que usualmente constrangem – com lastimaveis consequencias – os individuos a assumir compulsoriamente a identidade heteronormativa.