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As entrevistas realizadas com as agricultoras têm como ponto central analisar as falas destas mulheres, seus cotidianos, suas relações e seus entendimentos sobre o rural. Destacamos que, diante da presença do turismo rural, o alimento e o artesanato foram ressignificados pelas mulheres e detêm um papel importante na renda familiar, em que pese a forte presença do patriarcalismo e o reforço de estereótipos como o da não valorização do trabalho doméstico, basicamente realizado pelas mulheres. A divisão sexual do trabalho também influi para a perpetuação de estereótipos e de modelos culturais que colocam mulher em subalternidade em relação ao homem, consequentemente, o saber-fazer das mulheres camponesas é minimizado e até mesmo ignorado. 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Agricultura familiar no Vale do Rio Pardo (RS): reflexões sobre o saber-fazer das mulheres
Este estudo propõe uma análise das atividades desempenhadas pelas mulheres nas propriedades de agricultura familiar no Vale do Rio Pardo, especialmente as que compõem a Rota Germânica do Rio Pardinho e o Roteiro Caminhos da Imigração. A pesquisa respalda-se nos estudos de gênero, partindo da compreensão de que gênero é uma categoria analítica e carece de uma abordagem qualitativa. Por meio do trabalho empírico que realizamos nas pequenas propriedades, objetivamos entender o contexto das ações desempenhadas pelas agricultoras, compreendendo de maneira profunda suas contribuições, não somente para o contexto doméstico, mas também para a manutenção da propriedade, que, associada à agroecologia, contribui para o desenvolvimento da região em análise. As entrevistas realizadas com as agricultoras têm como ponto central analisar as falas destas mulheres, seus cotidianos, suas relações e seus entendimentos sobre o rural. Destacamos que, diante da presença do turismo rural, o alimento e o artesanato foram ressignificados pelas mulheres e detêm um papel importante na renda familiar, em que pese a forte presença do patriarcalismo e o reforço de estereótipos como o da não valorização do trabalho doméstico, basicamente realizado pelas mulheres. A divisão sexual do trabalho também influi para a perpetuação de estereótipos e de modelos culturais que colocam mulher em subalternidade em relação ao homem, consequentemente, o saber-fazer das mulheres camponesas é minimizado e até mesmo ignorado. Logo, a pesquisa demonstra as inúmeras contribuições familiares das mulheres agricultoras para o desenvolvimento da região do Vale do Rio Pardo, embasando um entendimentopara as práticas diárias e seus saberes.