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A condução neofascista da pandemia de Covid-19 no Brasil: da purificação da vida à normalização da morte
O objetivo deste artigo é sustentar o argumento de que a força do negacionismo científico e a normalização da morte na condução da pandemia da Covid-19 no Brasil foram possíveis na medida em que, nos últimos anos, foi atribuído ao presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, por interesses e agentes sociais diversos, o papel de liderança e autoridade responsável pela purificação da política, da economia e da nação. É por conseguir se firmar nesse polo da purificação e de restabelecimento de um regime de verdade supostamente perdido que sua estratégia de “fazer viver e deixar morrer” encontrou apoio ativo ou passivo em parte expressiva da sociedade brasileira. A pesquisa abarca produções textuais diversas e pronunciamentos oficiais e informais dos agentes sociais em questão. Para analisá-los, foram mobilizadas teorias sociais, especialmente da sociologia, no intuito de identificar os agentes, as ideologias e os registros discursivos que produzem significados sobre a vida e a morte. Como resultado, é possível afirmar que o objetivo do governo de fazer o vírus circular, traçado como meta implícita e explícita desde o início da pandemia, exigiu uma normalização de mortes evitáveis que apenas a linguagem neofascista, capaz de produzir um sentido alternativo de vida mais autêntica e pura, pôde lograr até aqui.
Palavras-chave: Neofascismo; Covid-19; Governo Bolsonaro.