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Das ocupações secundaristas do estado de São Paulo (2015-2016) ao protagonismo juvenil: neoliberalismo, gestão-guerra e trabalho político
Este artigo busca analisar desde a eclosão da primeira onda de ocupações dos secundaristas de São Paulo em 2015 – em especial as estratégias e elaborações que o movimentou criou frente àquelas do Estado em articulação com outros atores sociais - até o seu fim, após a segunda onda do movimento em 2016, quando foi reabsorvido no e pelo discurso do protagonismo juvenil. Esta análise partiu da compreensão do movimento dos secundaristas como trabalho político e do reconhecimento dos saberes produzidos nele, o que permitiu traçar a maneira como as mudanças da função da escola pública em curso remetiam a uma mudança estrutural de gestão-empresarial, em um discurso compartilhado entre ONGs, acadêmicos, o Estado e órgãos internacionais desde o final da década de 1990 nos países latino-americanos. No entanto, a consolidação deste projeto apenas foi possível por meio de uma tática e estratégia de guerra ordinárias que remontam a uma experiência muito anterior de reprodução social (e suas formas de negação), como compreenderam os secundaristas.