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Não raro encontramos na clínica casos que identificamos tratar-se de falhas precoces em que faltam representações para expressar o vazio gerado pelo não reconhecimento de um novo SER que vem ao mundo. São situações em que, geralmente, a mãe não recebe o bebê que gerou identificando-o como alguém novo, em um novo tempo. Ao contrário, esse bebê sofre as consequências de uma vida que não é sua, sentindo-se “estranho” a ele mesmo, usando medicações em excesso na busca de tentar adaptar-se no mundo. Através da vinheta, desenvolvemos o conceito de unheimlich como aquilo que efetivamente ocorreu e que, ao não poder ser simbolizado, retorna cindido, deixando um vazio no lugar da concepção afetiva do si mesmo.