opara政策:土著参与sao FRANCISCO流域委员会

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A pesquisa na qual se baseia o texto aqui apresentado procura verificar como se dá a participação dessas lideranças indígenas no âmbito do comitê a partir da crítica indígena e dos movimentos que compõem certas “políticas indígenas da água”. Essa crítica indígena é utilizada no sentido que Stuart Kirsch (2006) utiliza a expressão, a saber, como uma avaliação que os próprios indígenas realizam de suas relações com o Estado e com os brancos e a partir da qual produzem suas estratégias de ação na relação com esses. A partir de minha pesquisa de campo pude notar que essa constante crítica indígena tem produzido uma diferença entre as antigas e as novas lideranças, e que uma das principais características das últimas, reforçada a todo o momento por elas mesmas, é uma busca saber no que diz respeito aos procedimentos técnico-burocráticos pelos quais funciona um órgão como, por exemplo, o CBHSF, bem como um esforço em apropriar-se do código científico dos brancos enquanto ferramenta estratégica de luta. Nesse texto pretendo tratar dois pontos cruciais em minha pesquisa. O primeiro, a forma como se manifesta um embate, no âmbito do comitê e com enfoque na experiência do povo Tuxá, entre noções distintas de territorialidade, uma a das lideranças indígenas e dos povos representados por essas e a outra aquela patenteada pelo comitê enquanto órgão estatal. O segundo, a priorização do campo de atuação das lideranças indígenas nas seções de caráter técnico na estrutura do comitê em detrimento daquelas de caráter consultivo, para verificar nesse, que é um movimento estratégico de luta, a forma como têm adentrado esse campo do saber técnico-científico, que inclui a lida com documentos, projetos e possibilidades de acionar, por meio dessa participação nas seções técnicas, práticas científicas que fortaleçam suas lutas.","PeriodicalId":30176,"journal":{"name":"OPSIS Revista do Departamento de Historia e Ciencias Sociais","volume":"10 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-07-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"POLÍTICAS DO OPARÁ: PARTICIPAÇÃO INDÍGENA NO COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA DO SÃO FRANCISCO\",\"authors\":\"\",\"doi\":\"10.32887/issn.2527-2551v15n2p.33-53\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Desde o início dos anos 2000, lideranças indígenas têm vivenciado uma participação importante no Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), que vem se consolidando, em conjunção com aquela que ocorre em outros órgãos, como um dos principais meios de manifestação das pautas reivindicatórias dos povos indígenas no nordeste brasileiro, especialmente no que concerne à questão das águas do Opará, nomeação indígena para as águas que os brancos denominam rio São Francisco. Atualmente, essa participação no CBHSF se dá em maior número pelas lideranças Tuxá, povo esse cuja história recente explicita um caso de remoção compulsória em consequência da construção da hidrelétrica de Itaparica m 1988, bem como a não demarcação de suas terras ainda trinta anos depois. A pesquisa na qual se baseia o texto aqui apresentado procura verificar como se dá a participação dessas lideranças indígenas no âmbito do comitê a partir da crítica indígena e dos movimentos que compõem certas “políticas indígenas da água”. Essa crítica indígena é utilizada no sentido que Stuart Kirsch (2006) utiliza a expressão, a saber, como uma avaliação que os próprios indígenas realizam de suas relações com o Estado e com os brancos e a partir da qual produzem suas estratégias de ação na relação com esses. 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摘要

从2000年代早期开始,本土领袖已经经历了一个重要的流域委员会参与旧金山(CBHSF),如果整合,结合发生在其他器官,作为主要手段的原住民reivindicatórias关税的巴西东北部抗议,尤其是女孩子的问题水Opará,印度提名的白人说河旧金山。目前,tuxa领导人更多地参与了CBHSF,这些人最近的历史表明,由于1988年伊塔帕里卡水电站的建设,以及30年后他们的土地没有划线,他们被迫搬迁。本文所基于的研究试图从土著批评和组成某些“土著水政策”的运动中验证这些土著领导人是如何参与委员会的。这种对土著的批评被Stuart Kirsch(2006)使用的意义上,即作为土著自己对他们与国家和白人关系的评估,并由此产生他们与这些关系的行动策略。从我的实地调查研究发现,印度持续批评旧和新之间产生了不同的领导,这最后的一个主要特征,为自己增强在一块儿,是知道关于搜索程序技术-burocráticos能用的器官,例如CBHSF和努力在科学逻辑代码白人而斗争的战略工具。在本文中,我打算讨论我研究中的两个关键点。第一个是委员会内部的冲突,重点是tuxa人民的经验,在不同的领土概念之间,一个是土著领导人和他们所代表的人民,另一个是委员会作为一个国家机构的专利。第二,优先级的技术性能本土领袖的部分结构的快速推进委员会的咨询,看看,这是一个斗争的战略举措,都有他们的方式,知道科学技术领域,包括在处理文件,项目和可能性的潜水技术,通过这种参与部分加强斗争的科学实践。
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POLÍTICAS DO OPARÁ: PARTICIPAÇÃO INDÍGENA NO COMITÊ DE BACIA HIDROGRÁFICA DO SÃO FRANCISCO
Desde o início dos anos 2000, lideranças indígenas têm vivenciado uma participação importante no Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), que vem se consolidando, em conjunção com aquela que ocorre em outros órgãos, como um dos principais meios de manifestação das pautas reivindicatórias dos povos indígenas no nordeste brasileiro, especialmente no que concerne à questão das águas do Opará, nomeação indígena para as águas que os brancos denominam rio São Francisco. Atualmente, essa participação no CBHSF se dá em maior número pelas lideranças Tuxá, povo esse cuja história recente explicita um caso de remoção compulsória em consequência da construção da hidrelétrica de Itaparica m 1988, bem como a não demarcação de suas terras ainda trinta anos depois. A pesquisa na qual se baseia o texto aqui apresentado procura verificar como se dá a participação dessas lideranças indígenas no âmbito do comitê a partir da crítica indígena e dos movimentos que compõem certas “políticas indígenas da água”. Essa crítica indígena é utilizada no sentido que Stuart Kirsch (2006) utiliza a expressão, a saber, como uma avaliação que os próprios indígenas realizam de suas relações com o Estado e com os brancos e a partir da qual produzem suas estratégias de ação na relação com esses. A partir de minha pesquisa de campo pude notar que essa constante crítica indígena tem produzido uma diferença entre as antigas e as novas lideranças, e que uma das principais características das últimas, reforçada a todo o momento por elas mesmas, é uma busca saber no que diz respeito aos procedimentos técnico-burocráticos pelos quais funciona um órgão como, por exemplo, o CBHSF, bem como um esforço em apropriar-se do código científico dos brancos enquanto ferramenta estratégica de luta. Nesse texto pretendo tratar dois pontos cruciais em minha pesquisa. O primeiro, a forma como se manifesta um embate, no âmbito do comitê e com enfoque na experiência do povo Tuxá, entre noções distintas de territorialidade, uma a das lideranças indígenas e dos povos representados por essas e a outra aquela patenteada pelo comitê enquanto órgão estatal. O segundo, a priorização do campo de atuação das lideranças indígenas nas seções de caráter técnico na estrutura do comitê em detrimento daquelas de caráter consultivo, para verificar nesse, que é um movimento estratégico de luta, a forma como têm adentrado esse campo do saber técnico-científico, que inclui a lida com documentos, projetos e possibilidades de acionar, por meio dessa participação nas seções técnicas, práticas científicas que fortaleçam suas lutas.
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