Daniel Rocha Cangussu Alves, Laura Pereira Furquim, Wlliam Perez, Karen Shiratori, L. Machado, Ana Carla Bruno, E. G. Neves
{"title":"非接触考古学:与世隔绝的土著人民和亚马逊森林和植物的考古物质性","authors":"Daniel Rocha Cangussu Alves, Laura Pereira Furquim, Wlliam Perez, Karen Shiratori, L. Machado, Ana Carla Bruno, E. G. Neves","doi":"10.24885/sab.v35i3.975","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A partir da institucionalização da política do não-contato pela FUNAI na década de 1980, há uma demanda pelo desenvolvimento de métodos de monitoramento dos povos indígenas isolados, buscando respeitar sua recusa ao contato. Neste cenário, se entrelaçam a arqueologia e o indigenismo. O monitoramento tem por base a análise dos vestígios deixados nas florestas: acampamentos abandonados, caminhos antigos ou recentes, áreas de manejo florestal, armadilhas de pesca e outras marcas gravadas nas árvores, que indicam a presença humana. Se a análise dos vestígios dos povos isolados se conforma como uma arqueologia do tempo presente, então a efetivação da política oficial do isolamento criou uma prática de “arqueologia do não-contato”. Este artigo busca sistematizar uma parte do conhecimento acumulado nas últimas décadas por indigenistas, e integrá-lo à prática arqueológica, a partir da análise de ecofatos que derivam do manejo e do uso de plantas, expressos principalmente em feições antrópicas na mata.","PeriodicalId":51960,"journal":{"name":"Conimbriga-Revista de Arqueologia","volume":"9 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.3000,"publicationDate":"2022-09-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Uma arqueologia do não-contato: povos indígenas isolados e a materialidade arqueológica das matas e plantas na Amazônia\",\"authors\":\"Daniel Rocha Cangussu Alves, Laura Pereira Furquim, Wlliam Perez, Karen Shiratori, L. Machado, Ana Carla Bruno, E. G. Neves\",\"doi\":\"10.24885/sab.v35i3.975\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A partir da institucionalização da política do não-contato pela FUNAI na década de 1980, há uma demanda pelo desenvolvimento de métodos de monitoramento dos povos indígenas isolados, buscando respeitar sua recusa ao contato. Neste cenário, se entrelaçam a arqueologia e o indigenismo. O monitoramento tem por base a análise dos vestígios deixados nas florestas: acampamentos abandonados, caminhos antigos ou recentes, áreas de manejo florestal, armadilhas de pesca e outras marcas gravadas nas árvores, que indicam a presença humana. Se a análise dos vestígios dos povos isolados se conforma como uma arqueologia do tempo presente, então a efetivação da política oficial do isolamento criou uma prática de “arqueologia do não-contato”. Este artigo busca sistematizar uma parte do conhecimento acumulado nas últimas décadas por indigenistas, e integrá-lo à prática arqueológica, a partir da análise de ecofatos que derivam do manejo e do uso de plantas, expressos principalmente em feições antrópicas na mata.\",\"PeriodicalId\":51960,\"journal\":{\"name\":\"Conimbriga-Revista de Arqueologia\",\"volume\":\"9 1\",\"pages\":\"\"},\"PeriodicalIF\":0.3000,\"publicationDate\":\"2022-09-30\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Conimbriga-Revista de Arqueologia\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.24885/sab.v35i3.975\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"0\",\"JCRName\":\"ARCHAEOLOGY\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Conimbriga-Revista de Arqueologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.24885/sab.v35i3.975","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"ARCHAEOLOGY","Score":null,"Total":0}
Uma arqueologia do não-contato: povos indígenas isolados e a materialidade arqueológica das matas e plantas na Amazônia
A partir da institucionalização da política do não-contato pela FUNAI na década de 1980, há uma demanda pelo desenvolvimento de métodos de monitoramento dos povos indígenas isolados, buscando respeitar sua recusa ao contato. Neste cenário, se entrelaçam a arqueologia e o indigenismo. O monitoramento tem por base a análise dos vestígios deixados nas florestas: acampamentos abandonados, caminhos antigos ou recentes, áreas de manejo florestal, armadilhas de pesca e outras marcas gravadas nas árvores, que indicam a presença humana. Se a análise dos vestígios dos povos isolados se conforma como uma arqueologia do tempo presente, então a efetivação da política oficial do isolamento criou uma prática de “arqueologia do não-contato”. Este artigo busca sistematizar uma parte do conhecimento acumulado nas últimas décadas por indigenistas, e integrá-lo à prática arqueológica, a partir da análise de ecofatos que derivam do manejo e do uso de plantas, expressos principalmente em feições antrópicas na mata.