{"title":"O PODER (NEURO)PSIQUIÁTRICO: A PSICOPATOLOGIZAÇÃO DO COTIDIANO NA ERA DO CÉREBRO","authors":"C. Angel, A. Amaral","doi":"10.1590/1807-0310/2023v35262853","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo Esta pesquisa pretende demonstrar como, em decorrência das alianças entre a psiquiatria e neurociências, emerge uma realidade social em que o diagnóstico psiquiátrico é extremamente disseminado, abarcando um número cada vez maior de pessoas e de situações. Logo, questiona-se como a reformulação do poder psiquiátrico, embasada na explicação cerebralista dos transtornos mentais, auxilia a expansão dos processos de psicopatologização do cotidiano. A hipótese é que o próprio saber-poder médico-psiquiátrico vem contribuindo para sua amplificação, confirmando-se como umas das práticas mais sensíveis em termos biopolíticos na atualidade. Nesse sentido, aplicando-se a técnica de pesquisa da documentação indireta e o método dedutivo, foi realizada uma revisão bibliográfica de cunho crítico e interdisciplinar. Testada a hipótese principal, concluiu-se, ao final, que a patologização generalista do sofrimento psíquico corresponde a um novo reducionismo biológico, o qual cria um novo modelo de controle social, embasado, agora, na chamada neuropsiquiatria.","PeriodicalId":104149,"journal":{"name":"Psicologia & Sociedade","volume":"129 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Psicologia & Sociedade","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1807-0310/2023v35262853","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo Esta pesquisa pretende demonstrar como, em decorrência das alianças entre a psiquiatria e neurociências, emerge uma realidade social em que o diagnóstico psiquiátrico é extremamente disseminado, abarcando um número cada vez maior de pessoas e de situações. Logo, questiona-se como a reformulação do poder psiquiátrico, embasada na explicação cerebralista dos transtornos mentais, auxilia a expansão dos processos de psicopatologização do cotidiano. A hipótese é que o próprio saber-poder médico-psiquiátrico vem contribuindo para sua amplificação, confirmando-se como umas das práticas mais sensíveis em termos biopolíticos na atualidade. Nesse sentido, aplicando-se a técnica de pesquisa da documentação indireta e o método dedutivo, foi realizada uma revisão bibliográfica de cunho crítico e interdisciplinar. Testada a hipótese principal, concluiu-se, ao final, que a patologização generalista do sofrimento psíquico corresponde a um novo reducionismo biológico, o qual cria um novo modelo de controle social, embasado, agora, na chamada neuropsiquiatria.