{"title":"JOGO MANCALA DE GUINÉ BISSAU EM DIÁLOGO COM A ETNOMATEMÁTICA: um dos caminhos para decolonialidade do saber","authors":"E. C. Santos, Samora Caetano","doi":"10.5752/p.2674-9416.2019v2n1p39-57","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo descreve um recorte de uma pesquisa, na linha da Etnomatemática, em processo de execução, mas que já apresenta resultados parciais. Pretende-se discutir a necessidade de serem trabalhados na escola os conhecimentos dos países ditos “periféricos” no mundo, no intento de pensar, com a sala de aula, um dos caminhos afrocentrados para a decolonialidade do saber das culturas ditas “periféricas”, especialmente, dos africanos de Guiné- Bissau, como maneira de contribuir para descolonização do saber. Nesse sentido, trazemos um jogo de origem africana, especificamente de Guiné-Bissau, denominado de Mancala, apontando como ele pode ser trabalhado nas instituições escolares, com intuito de promover a intersecção da Matemática com as culturas não hegemônicas. Um dos objetivos é mostrar a importância de tais conhecimentos nessa perspectiva serem introduzidos no currículo escolar de forma a contribuir para com a decolonialidade, desconstruindo barreiras cientificas que rejeitam os saberes não eurocêntricos. Para realização deste trabalho tomamos como base D´Ambrosio (2001), para pensar episte-mologia etnomatemática; Powel e Bairral (2006), acerca da linguagem matemática; Quijano (2005) e Sousa Santos (2009), para pensar a decolonialidade do saber, e Santos (2018) para entender a etnomatemática e cultura africana. O jogo foi desenvolvido na disciplina de Etnomatemática na UNILAB (2017.2) e aplicado em turmas do Ensino Fundamental do município de Acarape e na formação de professores trazemos como um dos resultados do projeto, os depoimentos, tanto da professora quanto dos estudantes que apontaram a necessidade de estes fazeres e saberesa serem também abordados na sala de aula a fim de desconstruir ou reconstruir outros caminhos ou outras formas de pensar aMatemática escolar.Palavras-chave: Matemática Escolar. Etnomatemática. Decolonialidade. Epistemologia. Jogo Mancala.","PeriodicalId":177696,"journal":{"name":"Matemática e Ciência: construção, conhecimento e criatividade","volume":"143 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-08-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Matemática e Ciência: construção, conhecimento e criatividade","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5752/p.2674-9416.2019v2n1p39-57","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo descreve um recorte de uma pesquisa, na linha da Etnomatemática, em processo de execução, mas que já apresenta resultados parciais. Pretende-se discutir a necessidade de serem trabalhados na escola os conhecimentos dos países ditos “periféricos” no mundo, no intento de pensar, com a sala de aula, um dos caminhos afrocentrados para a decolonialidade do saber das culturas ditas “periféricas”, especialmente, dos africanos de Guiné- Bissau, como maneira de contribuir para descolonização do saber. Nesse sentido, trazemos um jogo de origem africana, especificamente de Guiné-Bissau, denominado de Mancala, apontando como ele pode ser trabalhado nas instituições escolares, com intuito de promover a intersecção da Matemática com as culturas não hegemônicas. Um dos objetivos é mostrar a importância de tais conhecimentos nessa perspectiva serem introduzidos no currículo escolar de forma a contribuir para com a decolonialidade, desconstruindo barreiras cientificas que rejeitam os saberes não eurocêntricos. Para realização deste trabalho tomamos como base D´Ambrosio (2001), para pensar episte-mologia etnomatemática; Powel e Bairral (2006), acerca da linguagem matemática; Quijano (2005) e Sousa Santos (2009), para pensar a decolonialidade do saber, e Santos (2018) para entender a etnomatemática e cultura africana. O jogo foi desenvolvido na disciplina de Etnomatemática na UNILAB (2017.2) e aplicado em turmas do Ensino Fundamental do município de Acarape e na formação de professores trazemos como um dos resultados do projeto, os depoimentos, tanto da professora quanto dos estudantes que apontaram a necessidade de estes fazeres e saberesa serem também abordados na sala de aula a fim de desconstruir ou reconstruir outros caminhos ou outras formas de pensar aMatemática escolar.Palavras-chave: Matemática Escolar. Etnomatemática. Decolonialidade. Epistemologia. Jogo Mancala.