Monitoramento de pescarias industriais de arrasto-de-fundo por meio de observadores científicos na Plataforma Continental e Talude do sul do Brasil entre 2015 e 2017
Fernando Niemeyer Fiedler, Derien Lucie Vernetti Duarte, Paula Guimarães Salge, Rodrigo Risi Pereira Barreto, Jorge Eduardo Kotas, Antonio Alberto da Silveira Menezes, Roberta Aguiar dos Santos
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Abstract
Foram monitorados, entre 2015 e 2017, 225 dias de mar e 775 lances nas pescarias industriais de arrasto-de-parelha, arrasto-duplo para linguado, arrasto-duplo para abrótea/merluza e arrasto-simples para cabrinha, a partir do embarque de observadores científicos do CEPSUL/ICMBio no sul do Brasil, cujo objetivo foi obter informações sobre as operações e áreas de pesca, assim como das capturas, principalmente das espécies ameaçadas de extinção, quase ameaçadas e com dados insuficientes. No arrasto-de-parelha, foram capturadas 201,565 t (três viagens; 184 arrastos), sendo estocadas 25 espécies, principalmente corvina, castanha, goete e maria-mole. A “mistura” foi composta por 68 espécies e a captura rejeitada média em peso foi de 36%. No arrasto-duplo para linguado, capturou-se 94,350 t (duas viagens; 179 arrastos), com mais de 25 espécies estocadas; sendo as principais: linguado, castanha, maria-mole e cabrinha. A “mistura” variou em cada viagem, apresentando a captura rejeitada média em peso de 62%. No arrasto-duplo para abrótea/merluza, foram capturadas 404,087 t (quatro viagens; 306 arrastos). As principais espécies foram abrótea-olhuda, merluza, peixe-sapo e congro-rosa e a “mistura” variou entre viagens, com composição significativa de elasmobrânquios. A captura rejeitada média em peso foi de 22%. No arrasto-simples para cabrinha, foram capturadas 245,885 t (três viagens; 106 arrastos), com 17 espécies estocadas, principalmente cabrinha, emplastros (maioria Rajiformes), linguado e castanha. A captura rejeitada média em peso foi de 27%. Observou-se grande diversidade de espécies descartadas, algumas ameaçadas de extinção, indicando ser fundamental a adoção de medidas de conservação participativas e integradas com as políticas de gestão pesqueira no Brasil.