Mateus Portilho Pires, Bianca Guimarães Lima, Quézia Catharinne Cavalcante de Melo, Silvely Tiemi Kojo Sousa, Cristiane Helena Gallasch, M. Almeida
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Abstract
Considerando o impacto da pandemia, o aumento da demanda dos serviços de saúde e o potencial desgaste psíquico dos profissionais da linha de frente, o objetivo do estudo foi identificar a presença de sofrimento mental e os fatores de desgaste e de fortalecimento em trabalhadores da enfermagem que atuaram no enfrentamento da covid-19 no Tocantins. Trata-se de pesquisa quantitativa por meio da técnica snowball, com coleta de dados entre abril e outubro de 2020. Os dados foram analisados com estatística descritiva simples e inferencial. Para identificar a presença de sofrimento mental, foi utilizado SRQ-20; para levantamento dos fatores de desgaste e fortalecimento, foi feita entrevista semiestruturada. Dos 38 participantes, 84,2% são do sexo feminino e 68,4% apresentam suspeição de sofrimento mental. Não se encontrou associação da presença de sofrimento mental com o perfil dos participantes. Quanto aos grupos de sintomas do SRQ-20, foram identificados: humor depressivo e ansioso (84,2% se sentem nervosos); sintomas somáticos (68,4% dormem mal); decréscimos de energia vital (60,5% se sentem cansados o tempo todo); e pensamentos depressivos (37,8% têm perdido o interesse pelas coisas). Os aspectos relacionados ao trabalho em equipe (66,7%) são os que mais fortaleceram os trabalhadores no enfrentamento da covid-19 e os relacionados à política de saúde do trabalhador (61,9%), os que mais desgastaram. Conclui-se que os trabalhadores da enfermagem apresentaram alta prevalência de sofrimento mental; os fatores de desgaste foram relacionados à sobrecarga de trabalho e à falta de políticas adequadas ao trabalhador. O trabalho em equipe foi o que mais fortaleceu os profissionais.