{"title":"NEOFASCISMO, FORMA POLÍTICA DO CAPITALISMO EM CRISE: antinacionalista, neoliberal, racista","authors":"Yuri Martins-Fontes","doi":"10.14393/rcs-v11n2-2021-65675","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O fascismo é uma forma política do regime capitalista, posta em prática quando as classes dominantes veem ameaçado seu controle sobre o processo político-eleitoral; é assim abandonado o discurso liberalista-formal, com que em tempos de “estabilidade” do capitalismo, adornam de “democrático” seu sistema autoritário. Com o aprofundamento da crise estrutural capitalista – fenômeno que se explicita há décadas, resultando em frequentes crises econômicas, sociais, ambientais –, uma retirada brusca de direitos sociais torna-se crucial para a manutenção dos lucros do capital. Na América Latina, este processo, direta ou indiretamente impulsionado pelos EUA e UE, interrompe cerca de dez anos de governos reformistas. Por outro lado, é importante atentar a uma peculiaridade: ao contrário do que ocorreu no “fascismo clássico”, e em algum grau dá-se ainda no centro do sistema, em periferias do capitalismo nas quais não se desenvolveu uma burguesia nacional, caso das nações latino-americanas, os fascistas (como as classes altas de modo geral) não se identificam com a nação onde habitam, não sendo “nacionalistas” nem mesmo em um restrito sentido elitista. Ademais, o racismo, historicamente relacionado ao fascismo, em nossa América mestiça ganha enorme centralidade.","PeriodicalId":432810,"journal":{"name":"CRÍTICA E SOCIEDADE","volume":"27 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-07-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"CRÍTICA E SOCIEDADE","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.14393/rcs-v11n2-2021-65675","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O fascismo é uma forma política do regime capitalista, posta em prática quando as classes dominantes veem ameaçado seu controle sobre o processo político-eleitoral; é assim abandonado o discurso liberalista-formal, com que em tempos de “estabilidade” do capitalismo, adornam de “democrático” seu sistema autoritário. Com o aprofundamento da crise estrutural capitalista – fenômeno que se explicita há décadas, resultando em frequentes crises econômicas, sociais, ambientais –, uma retirada brusca de direitos sociais torna-se crucial para a manutenção dos lucros do capital. Na América Latina, este processo, direta ou indiretamente impulsionado pelos EUA e UE, interrompe cerca de dez anos de governos reformistas. Por outro lado, é importante atentar a uma peculiaridade: ao contrário do que ocorreu no “fascismo clássico”, e em algum grau dá-se ainda no centro do sistema, em periferias do capitalismo nas quais não se desenvolveu uma burguesia nacional, caso das nações latino-americanas, os fascistas (como as classes altas de modo geral) não se identificam com a nação onde habitam, não sendo “nacionalistas” nem mesmo em um restrito sentido elitista. Ademais, o racismo, historicamente relacionado ao fascismo, em nossa América mestiça ganha enorme centralidade.