{"title":"O elemento prescritivo no fenômeno moral: desacordos entre Kant e Schopenhauer","authors":"Rogério Moreira Orrutea Filho, A. Pavão","doi":"10.5007/1677-2954.2020V19N2P418","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo desenvolve-se em tres secoes. Na primeira secao, examina-se o desacordo manifestado por Schopenhauer em relacao a Etica kantiana naquilo que tange a linguagem prescritiva da moral. Neste ponto, o desacordo surge por Schopenhauer julgar inadmissivel atribuir qualquer funcao moralizante a filosofia, a qual, na visao do filosofo, deve permanecer puramente teorica e contemplativa. Entretanto, em nossa analise e mostrado que Kant nao manifestou semelhante pretensao moralizadora. Na segunda secao, discute-se a tese schopenhaueriana de que a linguagem prescritiva teria origem na moral teologica, o que confirmaria, na visao de Schopenhauer, nao so a contingencia da relacao entre os conceitos de moral e de dever, mas, em uma analise mais profunda, ate mesmo a incompatibilidade entre ambos. Na terceira secao, argumentamos que, apesar de explicitamente negar o estatuto moral ao conceito de dever, a Etica de Schopenhauer implicitamente afirma-o. O motivo desta afirmacao implicita se sustentaria sobre o fato inelutavel de que os fenomenos morais sao intrinsecamente prescritivos.","PeriodicalId":143268,"journal":{"name":"Ethic@: an International Journal for Moral Philosophy","volume":"37 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-09-21","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Ethic@: an International Journal for Moral Philosophy","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5007/1677-2954.2020V19N2P418","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Este artigo desenvolve-se em tres secoes. Na primeira secao, examina-se o desacordo manifestado por Schopenhauer em relacao a Etica kantiana naquilo que tange a linguagem prescritiva da moral. Neste ponto, o desacordo surge por Schopenhauer julgar inadmissivel atribuir qualquer funcao moralizante a filosofia, a qual, na visao do filosofo, deve permanecer puramente teorica e contemplativa. Entretanto, em nossa analise e mostrado que Kant nao manifestou semelhante pretensao moralizadora. Na segunda secao, discute-se a tese schopenhaueriana de que a linguagem prescritiva teria origem na moral teologica, o que confirmaria, na visao de Schopenhauer, nao so a contingencia da relacao entre os conceitos de moral e de dever, mas, em uma analise mais profunda, ate mesmo a incompatibilidade entre ambos. Na terceira secao, argumentamos que, apesar de explicitamente negar o estatuto moral ao conceito de dever, a Etica de Schopenhauer implicitamente afirma-o. O motivo desta afirmacao implicita se sustentaria sobre o fato inelutavel de que os fenomenos morais sao intrinsecamente prescritivos.