Laudy Gabriele Pereira Guimarães, Eunes de Castro Milhomem
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Abstract
Objetivo: Discutir as duas principais formas de teorização do conceito de angústia segundo Sigmund Freud, com foco em profissionais de saúde que lidam com pacientes em estado grave, tendo como motivação a vivência dentro de um centro de tratamento intensivo (CTI). Metodologia: Narrativa bibliográfica, baseadas na teoria psicanalítica, especificamente nos escritos freudianos, sobre o conceito de angústia, por meio de pesquisa à SciELO, Google Acadêmico e livros-textos de referência sobre o tema. Resultados: O ambiente de um CTI é inegavelmente de confronto, vê-se a luta pela vida dos pacientes, a luta das famílias diante da incerteza e a dos profissionais que se dedicam para salvar vidas. Existe ainda um conflito menos evidente, mas importante para o bom funcionamento deste ambiente: o confronto dos profissionais de saúde com a perspectiva de sua própria finitude. Deparar-se com o final da vida de outrem pode gerar severos questionamentos àqueles que o conheciam, mas quando falamos de profissionais que se capacitaram para postergar este fim e não lograram seus objetivos, este dano pode ser ainda maior. Considerações finais: No caso de profissionais de saúde a projeção da sua própria finitude, da fragilidade do ser, da solidão, potencializados pelas experiências vividas em um CTI, pode ser forte motivador de angústia e recalque como visto na segunda teoria de Freud. Trazer esta questão para o debate e, sobretudo, desenvolver pesquisas a respeito pode ser determinante para uma melhor qualidade de vida destes profissionais e seus pacientes.