{"title":"Traduzir a Bíblia: “...a impossibilidade de dizer”","authors":"L. Almendra","doi":"10.23925/RCT.I97.50990","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Desde São Jerónimo que a Bíblia Hebraica, ou partes dela, foi traduzida em quase dois mil idiomas e, em algumas línguas, a tradução prolifera em dezenas de versões. Esta realidade permitiu um acesso quase universal ao texto, porém estabelecendo, em muitos casos, uma distância tremenda com a língua original, as suas características e tonalidades e a verdade do seu dizer. Se existe algo de positivo neste movimento recente ele parece situar-se apenas na diversidade dos vários contributos de conhecimento para a compreensão do texto bíblico e do seu significado que ele permitiu. O debate recente obriga a que estes contributos se entendam como porções diferentes de uma verdade indizível; que resultam de diferentes métodos de tradução, que alguns acusam ser responsáveis por mudar o verdadeiro rosto das próprias Escrituras. Este artigo procura rever este debate procurando situar as fragilidades das tentativas literais e das que arriscam oferecer um lugar ao sentido, defendendo que estas duas tentativas, embora opostas, têm trabalhado uma confluência construtiva. Os desafios persistem e são, por vezes insuperáveis, mas o caminho permanece aberto nas perspetivas e as opções atuais.","PeriodicalId":369264,"journal":{"name":"Revista de Cultura Teológica","volume":"14 6 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de Cultura Teológica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.23925/RCT.I97.50990","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
Desde São Jerónimo que a Bíblia Hebraica, ou partes dela, foi traduzida em quase dois mil idiomas e, em algumas línguas, a tradução prolifera em dezenas de versões. Esta realidade permitiu um acesso quase universal ao texto, porém estabelecendo, em muitos casos, uma distância tremenda com a língua original, as suas características e tonalidades e a verdade do seu dizer. Se existe algo de positivo neste movimento recente ele parece situar-se apenas na diversidade dos vários contributos de conhecimento para a compreensão do texto bíblico e do seu significado que ele permitiu. O debate recente obriga a que estes contributos se entendam como porções diferentes de uma verdade indizível; que resultam de diferentes métodos de tradução, que alguns acusam ser responsáveis por mudar o verdadeiro rosto das próprias Escrituras. Este artigo procura rever este debate procurando situar as fragilidades das tentativas literais e das que arriscam oferecer um lugar ao sentido, defendendo que estas duas tentativas, embora opostas, têm trabalhado uma confluência construtiva. Os desafios persistem e são, por vezes insuperáveis, mas o caminho permanece aberto nas perspetivas e as opções atuais.