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Abstract
Este ensaio propõe uma conexão entre presente e passado através de uma etnografia realizada na comunidade ribeirinha de Igarapé Grande, nos anos de 2017 e 2018. Igarapé Grande está situada às margens do igarapé Bravo, no interior da ilha de João Pilatos, em Ananindeua, região metropolitana de Belém (Pará). Essa ilha, bem como as suas vizinhas, é pouco conhecida pela população da região metropolitana em território continental, a despeito da riqueza de suas histórias e costumes. Dentre eles, um em particular revela os usos e as significações dos espaços da ilha e da comunidade: o Círio de Nossa Senhora da Conceição, uma romaria criada em 1986 por Raimundo Nonato Ferreira Pantoja. O evento atravessa as florestas da ilha em uma trilha no segundo domingo de dezembro. São as fotografias de Raimundo Pantoja que servem de ponto de partida para este ensaio, como registros pessoais das edições do evento entre as décadas de 1980 e 1990. Seus registros expõem a intenção de explorar referenciais basilares da identidade dos ilhéus por meio de sua religiosidade. Assim, o rio, o trapiche, a trilha e a memória das famílias tornam-se o roteiro da procissão. Logo em seguida, reencontramos o Círio de Igarapé Grande em 2017 através do olhar etnográfico. Chegamos no porto da comunidade, nos deparamos com a Capela de Nossa Senhora da Conceição e as primeiras paisagens no caminho rumo à trilha percorrida pelos devotos. Novamente, os espaços estão sendo explorados de maneira a revelar a cosmovisão dos moradores.