Lucas Pereira Lucena, A. L. Medeiros, Lhais Cabral Martins
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Abstract
O tempo traz consequências à vida do sujeito, altera seu corpo, a psique e o lugar social. Em alguns discursos, envelhecer representa, apenas, um processo de grandes perdas. A psicanálise, no entanto, sublinha aquilo que não responde ao tempo cronológico: o Inconsciente e seu estatuto atemporal. De acordo com essa lógica, o sujeito não envelhece, seu desejo permanece indestrutível. Frente a esta concepção, este artigo narra a experiência de estágio em clínica psicológica com idosos e tem como objetivo contribuir para a discussão sobre a possibilidade do processo de envelhecimento constituir-se como uma constante reinscrição de traços singulares do sujeito. A experiência foi desenvolvida na Universidade Estadual da Paraíba, especificamente, com idosos que frequentam a UAMA (Universidade Aberta a Maturidade), com grupos terapêuticos quinzenais. Assim sendo, os registros dos encontros do grupo terapêutico constituíram o seu corpus de análise. Para análise do material, utilizou-se da teoria psicanalítica em sua formatação clínica. Identificou-se, como resultado, que novos significados puderam ser atribuídos aos conteúdos verbalizados no grupo, bem como a possibilidade de construção de múltiplas velhices, com a recriação do lugar da pessoa idosa no âmbito acadêmico e social. Os integrantes do grupo dividiram suas experiências únicas de envelhecer e apresentaram retificações subjetivas, apropriando-se de suas singularidades durante o processo.