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Abstract
Macaé se tornou, nas últimas décadas, o mais importante e dinâmico polo de crescimento econômico e populacional do interior fluminense, em razão da formidável oferta de empregos formais, muitos dos quais com remuneração mais elevada que a média dos outros municípios do estado. Esse fenômeno deve-se à formação do Arranjo Produtivo Local (APL) de petróleo e gás natural que se concentrou, desde o final da década de 1970, com a instalação da Petrobrás e da estrutura de apoio no município. O arranjo é altamente especializado, sendo liderado pelas atividades de ‘extração de petróleo e gás natural’ e das ‘atividades de apoio à extração de petróleo e gás natural’. Entretanto, com o início da produção de petróleo na Bacia de Santos a partir do início da década de 2010, e com os efeitos do contrachoque do petróleo de 2014, o papel do APL tem passado por mudanças significativas. O presente estudo, de caráter exploratório e descritivo, analisa os impactos desses fatores sobre o APL, com destaque para o Quociente Locacional (QL), sobre a arrecadação de royalties do município, sobre os estabelecimentos e os empregos formais e suas características. Os resultados apontam para impactos negativos sobre a arrecadação e o mercado de trabalho local, especialmente, sobre os empregos de maiores exigências de treinamento técnico especializado de nível médio e superior, e que também eram os que pagavam maiores salários. No entanto, embora com redução do QL, como a crise foi generalizada em nível nacional, as perdas de Macaé não representaram menor centralidade do arranjo produtivo no conjunto das atividades de exploração e produção de petróleo e gás no país. Ainda assim, existe uma série de incertezas com relação à evolução futura do arranjo produtivo que abre novos campos de estudos.