{"title":"ALUCINAÇÃO AUDITIVA: SINTOMA DE DOENÇA OU POSSIBILIDADE DE SER DO-ENTE?","authors":"Henrique Campagnollo Dávila Fernandes","doi":"10.26512/pl.v6i12.11763","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A alucinação auditiva é um fenômeno tematizado pelo homem ocidental desde a Antiguidade. Atualmente, ela é considerada sintoma de doença mental, pelo horizonte biomédico. Essa noção tem contribuído para o aumento não só de diagnósticos, como de medicalização e de sofrimento. Considerando essa questão, o objetivo deste estudo é problematizar o enfoque biomédico tradicional, por meio da contribuição de pensadores e filósofos de diferentes períodos históricos. Na Antiguidade, os gregos ouviam os δαίμονες (daímones), os quais intermediavam a comunicação entre os deuses e os homens. Os medievais entenderam as vozes como possessão demoníaca, bruxaria, heresia, ou santidade. Na Modernidade o fenômeno recebeu um sentido patológico, que restringiu possibilidades de ser. Há que se pensar a questão fundamental da filosofia como condição de possibilidade de abertura de sentido do fenômeno.","PeriodicalId":137834,"journal":{"name":"PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília","volume":"44 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2018-01-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.26512/pl.v6i12.11763","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
A alucinação auditiva é um fenômeno tematizado pelo homem ocidental desde a Antiguidade. Atualmente, ela é considerada sintoma de doença mental, pelo horizonte biomédico. Essa noção tem contribuído para o aumento não só de diagnósticos, como de medicalização e de sofrimento. Considerando essa questão, o objetivo deste estudo é problematizar o enfoque biomédico tradicional, por meio da contribuição de pensadores e filósofos de diferentes períodos históricos. Na Antiguidade, os gregos ouviam os δαίμονες (daímones), os quais intermediavam a comunicação entre os deuses e os homens. Os medievais entenderam as vozes como possessão demoníaca, bruxaria, heresia, ou santidade. Na Modernidade o fenômeno recebeu um sentido patológico, que restringiu possibilidades de ser. Há que se pensar a questão fundamental da filosofia como condição de possibilidade de abertura de sentido do fenômeno.