É, sobretudo, a partir da década de setenta, certamente encadeada com a “virada linguística”, que a pesquisa especializada em Nietzsche passa a demonstrar um crescente interesse por sua tese de íntima relação entre palavra e pensamento, ressaltando, por vezes, o papel fundamental da retórica nas reflexões nietzschianas sobre ciência, verdade e linguagem. O presente trabalho visa, no contexto dos dois primeiros capítulos da obra Para além de bem e mal de Nietzsche, a investigar o particular tratamento de Nietzsche ao problema da verdade e o que tal tratamento, imbricado à estratégia estilística de sua retórica nos mencionados capítulos, empreende em termos de recolocar a questão não apenas acerca da verdade, como também acerca das margens da própria discursividade filosófica.
{"title":"RETÓRICA DE NIETZSCHE","authors":"Rebecca Reseck Wanderley Dias","doi":"10.26512/pl.v8i15.23355","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/pl.v8i15.23355","url":null,"abstract":"É, sobretudo, a partir da década de setenta, certamente encadeada com a “virada linguística”, que a pesquisa especializada em Nietzsche passa a demonstrar um crescente interesse por sua tese de íntima relação entre palavra e pensamento, ressaltando, por vezes, o papel fundamental da retórica nas reflexões nietzschianas sobre ciência, verdade e linguagem. O presente trabalho visa, no contexto dos dois primeiros capítulos da obra Para além de bem e mal de Nietzsche, a investigar o particular tratamento de Nietzsche ao problema da verdade e o que tal tratamento, imbricado à estratégia estilística de sua retórica nos mencionados capítulos, empreende em termos de recolocar a questão não apenas acerca da verdade, como também acerca das margens da própria discursividade filosófica.","PeriodicalId":137834,"journal":{"name":"PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília","volume":"1 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2021-12-28","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"129644995","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo tem por objetivo discutir a possibilidade de o conceito de propriedade hegeliano inserir a teoria política de Hegel (1770-1831) na tradição liberal moderna. O artigo divide-se em quatro partes. A primeira parte busca apresentar o problema ao leitor e lançar luz sobre as categorias chaves para a compreensão do debate em curso. A segunda parte do artigo apresenta a concepção de propriedade em John Locke (1632-1704), considerado o pai do liberalismo moderno. Na terceira seção do trabalho é analisada a concepção de propriedade em Hegel. Na seção denominada a propriedade como base do liberalismo em Locke e Hegel, as doutrinas são comparadas. Nesta parte do trabalho analisam-se as semelhanças entre as duas teorias. Após a análise das semelhanças entre as duas concepções, pode-se concluir que há similaridades suficientes entre as teorias para afirmar pelo menos no que se refere à categoria da propriedade, que a filosofia hegeliana está inserida na tradição liberal moderna.
{"title":"HEGEL UM LIBERAL?","authors":"Henor Luiz Dos Reis Hoffmann","doi":"10.26512/PL.V9I18.30495","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/PL.V9I18.30495","url":null,"abstract":"O presente artigo tem por objetivo discutir a possibilidade de o conceito de propriedade hegeliano inserir a teoria política de Hegel (1770-1831) na tradição liberal moderna. O artigo divide-se em quatro partes. A primeira parte busca apresentar o problema ao leitor e lançar luz sobre as categorias chaves para a compreensão do debate em curso. A segunda parte do artigo apresenta a concepção de propriedade em John Locke (1632-1704), considerado o pai do liberalismo moderno. Na terceira seção do trabalho é analisada a concepção de propriedade em Hegel. Na seção denominada a propriedade como base do liberalismo em Locke e Hegel, as doutrinas são comparadas. Nesta parte do trabalho analisam-se as semelhanças entre as duas teorias. Após a análise das semelhanças entre as duas concepções, pode-se concluir que há similaridades suficientes entre as teorias para afirmar pelo menos no que se refere à categoria da propriedade, que a filosofia hegeliana está inserida na tradição liberal moderna.","PeriodicalId":137834,"journal":{"name":"PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília","volume":"31 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-08-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121939300","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente ensaio se refere a parte de uma pesquisa realizada no âmbito do Programa de Iniciação Científica em Filosofia, cujo tema central foi A violência sob o véu da justiça: sobre a relação entre lei e violência tornada invisível, na qual buscamos investigar momentos em que o fenômeno da violência política relaciona-se com a democracia e o Estado de direito. Partindo da reconstrução histórica dos usos da violência política a partir do pós-guerra apresentada por Hannah Arendt em Origens do totalitarismo, foi possível explicitar as formas de violência tornadas invisíveis na relação entre a lei e o direito. Trata-se, assim, de um estudo de natureza teórica produzido por meio de pesquisa bibliográfica acerca da perspectiva histórica da consequência política e jurídica de conflitos sociais, tais como as guerras e repressões governamentais, retomando-se o impacto do declínio do Estado-nação, o fim dos direitos do homem e o totalitarismo. A exclusão, a desigualdade social e a ruptura político-social mostraram-se resultantes desses conflitos, o que nos permitiu formular algumas notas sobre a história recente do uso da violência política como chave para tratar a aplicação do direito no Estado democrático de direito e os limites postos pela dimensão político-social das democracias contemporâneas.
{"title":"RELAÇÃO ENTRE LEI E VIOLÊNCIA TORNADA INVISÍVEL","authors":"Sally Barcelos Melo","doi":"10.26512/pl.v9i17.28720","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/pl.v9i17.28720","url":null,"abstract":"O presente ensaio se refere a parte de uma pesquisa realizada no âmbito do Programa de Iniciação Científica em Filosofia, cujo tema central foi A violência sob o véu da justiça: sobre a relação entre lei e violência tornada invisível, na qual buscamos investigar momentos em que o fenômeno da violência política relaciona-se com a democracia e o Estado de direito. Partindo da reconstrução histórica dos usos da violência política a partir do pós-guerra apresentada por Hannah Arendt em Origens do totalitarismo, foi possível explicitar as formas de violência tornadas invisíveis na relação entre a lei e o direito. Trata-se, assim, de um estudo de natureza teórica produzido por meio de pesquisa bibliográfica acerca da perspectiva histórica da consequência política e jurídica de conflitos sociais, tais como as guerras e repressões governamentais, retomando-se o impacto do declínio do Estado-nação, o fim dos direitos do homem e o totalitarismo. A exclusão, a desigualdade social e a ruptura político-social mostraram-se resultantes desses conflitos, o que nos permitiu formular algumas notas sobre a história recente do uso da violência política como chave para tratar a aplicação do direito no Estado democrático de direito e os limites postos pela dimensão político-social das democracias contemporâneas.","PeriodicalId":137834,"journal":{"name":"PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília","volume":"38 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"134242324","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente ensaio visa a examinar alguns aspectos do conto “O espelho”, de Guimarães Rosa. A matriz filosófica da narrativa em questão pode ser identificada desde sua forma, que toma a estrutura de um diálogo entre o narrador e um interlocutor não identificado. Ao verificar como o autor veicula diversos conhecimentos ”“ filosóficos, psicanalíticos, herméticos ”“, é possível identificar um personagem que oscila entre o racional e o irracional ao refletir a respeito de sua própria identidade. Objetivamos, portanto, elucidar como tais elementos se configuram, alternam-se e se complementam, enquanto pistas, na composição do raciocínio do narrador e na própria estrutura da narração, para que possamos efetuar sua interpretação.
{"title":"PORTAL INTRANSPONÍVEL","authors":"Elvio Fernandes Gonçalves Junior","doi":"10.26512/pl.v9i17.26596","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/pl.v9i17.26596","url":null,"abstract":"O presente ensaio visa a examinar alguns aspectos do conto “O espelho”, de Guimarães Rosa. A matriz filosófica da narrativa em questão pode ser identificada desde sua forma, que toma a estrutura de um diálogo entre o narrador e um interlocutor não identificado. Ao verificar como o autor veicula diversos conhecimentos ”“ filosóficos, psicanalíticos, herméticos ”“, é possível identificar um personagem que oscila entre o racional e o irracional ao refletir a respeito de sua própria identidade. Objetivamos, portanto, elucidar como tais elementos se configuram, alternam-se e se complementam, enquanto pistas, na composição do raciocínio do narrador e na própria estrutura da narração, para que possamos efetuar sua interpretação.","PeriodicalId":137834,"journal":{"name":"PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília","volume":"60 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133277418","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Simone de Beauvoir (1908-1986), em Por uma moral da ambiguidade (2005 [1947]) e especificamente no tópico intitulado “A atitude estética”, dedicou-se a pensar uma concepção de estética através da definição existencialista de liberdade. A liberdade, como um movimento humano original, é o que permite ao sujeito descobrir as razões de seus próprios atos; assim, uma atitude estética pretende afirmar qualquer obra de cunho estético (seja por exemplo um livro literário, uma pintura ou uma escultura) como um dado que o criador, isto é, aquele que escreve, pinta ou esculpe, tentará justificar enquanto for matéria da própria obra produzida. Ainda assim, a atitude estética apenas é possível se houver uma temporalidade, e o presente será o elemento fundamental para que tal ato seja praticado. Portanto, neste artigo objetiva-se discutir introdutoriamente o modo como Beauvoir abordou certa concepção de estética com base no movimento autêntico do homem em direção à liberdade.
{"title":"NOÇÃO DE ATITUDE ESTÉTICA EM SIMONE DE BEAUVOIR","authors":"Lucas Joaquim Da Motta","doi":"10.26512/pl.v9i17.26957","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/pl.v9i17.26957","url":null,"abstract":"Simone de Beauvoir (1908-1986), em Por uma moral da ambiguidade (2005 [1947]) e especificamente no tópico intitulado “A atitude estética”, dedicou-se a pensar uma concepção de estética através da definição existencialista de liberdade. A liberdade, como um movimento humano original, é o que permite ao sujeito descobrir as razões de seus próprios atos; assim, uma atitude estética pretende afirmar qualquer obra de cunho estético (seja por exemplo um livro literário, uma pintura ou uma escultura) como um dado que o criador, isto é, aquele que escreve, pinta ou esculpe, tentará justificar enquanto for matéria da própria obra produzida. Ainda assim, a atitude estética apenas é possível se houver uma temporalidade, e o presente será o elemento fundamental para que tal ato seja praticado. Portanto, neste artigo objetiva-se discutir introdutoriamente o modo como Beauvoir abordou certa concepção de estética com base no movimento autêntico do homem em direção à liberdade.","PeriodicalId":137834,"journal":{"name":"PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília","volume":"41 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124848967","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Philippe Claude Thierry Lacour, Jade Oliveira Chaia, Michelly Alves Teixeira, Felipe Matos Lima Melo, Mariana Mendes Sbervelheri, Manuella Mucury Teixeira, S. C. Randal e Zitti
O livro Contre le colonialisme reúne uma coletânea de artigos escritos entre os anos de 1936 e 1943, em que Simone Weil discute o tema do colonialismo, sobretudo a relação entre a França e as práticas coloniais. A autora, busca (re)pensar a questão da colonização, em especial as práticas coloniais, junto ao problema de uma doutrina, de uma fé para o povo francês e para aqueles que dependam dele. Apresenta três tentações que devem ser superadas, quais sejam o patriotismo, o recurso à s competências e a tentação cristã; para tanto retoma aspectos históricos a fim de fazer tábula rasa do passado. A tradução da presente obra foi realizada pelo Grupo de Tradução do Departamento de Filosofia da Universidade de Brasília, coordenado pelo professor doutor Philippe Lacour. O grupo se propõe traduzir regularmente obras de filosofia francesa ainda inéditas em língua portuguesa. O trabalho de tradução é produzido de maneira colaborativa através da plataforma digital TraduXio (https://traduxio.org/).
{"title":"A QUESTÃO COLONIAL E A SUA RELAÇÃO COM O DESTINO DO POVO FRANCÊS","authors":"Philippe Claude Thierry Lacour, Jade Oliveira Chaia, Michelly Alves Teixeira, Felipe Matos Lima Melo, Mariana Mendes Sbervelheri, Manuella Mucury Teixeira, S. C. Randal e Zitti","doi":"10.26512/pl.v9i17.29781","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/pl.v9i17.29781","url":null,"abstract":"O livro Contre le colonialisme reúne uma coletânea de artigos escritos entre os anos de 1936 e 1943, em que Simone Weil discute o tema do colonialismo, sobretudo a relação entre a França e as práticas coloniais. A autora, busca (re)pensar a questão da colonização, em especial as práticas coloniais, junto ao problema de uma doutrina, de uma fé para o povo francês e para aqueles que dependam dele. Apresenta três tentações que devem ser superadas, quais sejam o patriotismo, o recurso à s competências e a tentação cristã; para tanto retoma aspectos históricos a fim de fazer tábula rasa do passado. A tradução da presente obra foi realizada pelo Grupo de Tradução do Departamento de Filosofia da Universidade de Brasília, coordenado pelo professor doutor Philippe Lacour. O grupo se propõe traduzir regularmente obras de filosofia francesa ainda inéditas em língua portuguesa. O trabalho de tradução é produzido de maneira colaborativa através da plataforma digital TraduXio (https://traduxio.org/).","PeriodicalId":137834,"journal":{"name":"PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília","volume":"17 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122067179","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo tem como objetivo primaz compreender a questão da liberdade na filosofia de Emmanuel Mounier. A questão da liberdade, ao longo da história do pensamento humano, tem recebido diversos desdobramentos, e o tratamento dessa questão a partir do pensamento filosófico de Mounier revela uma grande dificuldade devido a compreensões enviesadas no que diz respeito a esse conceito fundamental da vida humana. Tem-se assim um paradoxo, uma vez que, por um lado, afirma-se a dificuldade de trabalhar essa questão e, por outro, percebe-se no mundo atual uma tendência generalizada de afirmação dela. Trata-se, em última análise, de compreensões distorcidas que, portanto, precisam ser desmistificadas para que desabroche uma autêntica concepção de liberdade humana.
{"title":"QUESTÃO DA LIBERDADE EM EMMANUEL MOUNIER","authors":"João Francisco Cocaro Ribeiro","doi":"10.26512/pl.v9i17.26808","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/pl.v9i17.26808","url":null,"abstract":"O presente artigo tem como objetivo primaz compreender a questão da liberdade na filosofia de Emmanuel Mounier. A questão da liberdade, ao longo da história do pensamento humano, tem recebido diversos desdobramentos, e o tratamento dessa questão a partir do pensamento filosófico de Mounier revela uma grande dificuldade devido a compreensões enviesadas no que diz respeito a esse conceito fundamental da vida humana. Tem-se assim um paradoxo, uma vez que, por um lado, afirma-se a dificuldade de trabalhar essa questão e, por outro, percebe-se no mundo atual uma tendência generalizada de afirmação dela. Trata-se, em última análise, de compreensões distorcidas que, portanto, precisam ser desmistificadas para que desabroche uma autêntica concepção de liberdade humana.","PeriodicalId":137834,"journal":{"name":"PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília","volume":"11 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124302666","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Este texto tem como objetivo a discussão entre o pensamento de Francisco José de Jaca O. F. M Cap. (1645-1690) e o Homo Sacer de Giorgio Agamben. Assim, a vida escrava na colônia espanhola amarga a condição de violência, a exceção e a supressão de direitos, argumentos esses convergentes dos pensamentos em discussão. Acrescido dessas acepções, Francisco José de Jaca, um frade que despontou como contrário à escravidão. Ele poderá ser considerado abolicionista? A afirmação é positiva. O propósito de Francisco José de Jaca em defender o indefensável no período colonial, resultou em sua convocação para Europa e aos tribunais eclesiásticos. De Sevilla à Roma. Seu instrumento de combate foi a simplicidade que estava ao seu alcance: a oração (pelo discurso) e a confissão (induzir o rebanho ao pensamento de liberdade). Sendo assim, o problema de pesquisa será: a escravidão política como um instrumento de violência seria o despojamento social e político da vida nua? Com isso, o objetivo geral é identificar a escravidão política como um instrumento de violência como procedimento de despojamento social e político da vida nua. O texto está dividido em três seções articuladas? nos pensamentos de Francisco José de Jaca e Giorgio Agamben: a primeira, compreender o pensamento de Francisco José de Jaca, segunda, discutir a invisibilidade da escravidão; e, a terceira, a análise da retirada da escravidão humana do mundo, é possível? Portanto, os herdeiros indiretos de Francisco José de Jaca, no Brasil, foram muitos, entre eles, Joaquim Nabuco (1849-1910).
摘要本文旨在探讨弗朗西斯科·约瑟夫·德雅卡·欧·f·M·Cap(1645-1690)的思想与乔治·阿甘本的《Sacer人》之间的关系。因此,西班牙殖民地的奴隶生活使暴力、例外和权利的压制变得苦涩,这些论点汇聚了讨论中的思想。加上这些含义,弗朗西斯科·约瑟夫·德雅卡,一个反对奴隶制的修士。他能被认为是废奴主义者吗?这是一个积极的声明。弗朗茨·约瑟夫·德·雅卡(franz joseph de Jaca)在殖民时期捍卫站不住脚的人的目的,导致他被召集到欧洲和教会法庭。从塞维利亚到罗马。他的战斗工具是他力所可及的简单:祈祷(通过演讲)和忏悔(引导羊群走向自由的思想)。因此,研究的问题将是:作为暴力工具的政治奴役是否会是赤裸裸的社会和政治剥夺?因此,总的目标是将政治奴役确定为一种暴力工具,作为剥夺社会和政治裸体生活的程序。课文是否分为三个清晰的部分?在弗朗西斯科jose德雅卡和乔治阿甘本的思想中:第一,理解弗朗西斯科jose德雅卡的思想;第二,讨论奴隶制的不可见性;第三,分析人类从世界上的奴役中解脱,这是可能的吗?因此,弗朗西斯科jose de Jaca在巴西的间接继承人很多,其中包括Joaquim Nabuco(1849-1910)。
{"title":"VIOLÊNCIA POLÍTICA DA ESCRAVIDÃO NO PENSAMENTO DE FRANCISCO JOSÉ DE JACA E GIORGIO AGAMBEN","authors":"Antonio Justino de Arruda Neto","doi":"10.26512/pl.v9i17.26969","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/pl.v9i17.26969","url":null,"abstract":"Este texto tem como objetivo a discussão entre o pensamento de Francisco José de Jaca O. F. M Cap. (1645-1690) e o Homo Sacer de Giorgio Agamben. Assim, a vida escrava na colônia espanhola amarga a condição de violência, a exceção e a supressão de direitos, argumentos esses convergentes dos pensamentos em discussão. Acrescido dessas acepções, Francisco José de Jaca, um frade que despontou como contrário à escravidão. Ele poderá ser considerado abolicionista? A afirmação é positiva. O propósito de Francisco José de Jaca em defender o indefensável no período colonial, resultou em sua convocação para Europa e aos tribunais eclesiásticos. De Sevilla à Roma. Seu instrumento de combate foi a simplicidade que estava ao seu alcance: a oração (pelo discurso) e a confissão (induzir o rebanho ao pensamento de liberdade). Sendo assim, o problema de pesquisa será: a escravidão política como um instrumento de violência seria o despojamento social e político da vida nua? Com isso, o objetivo geral é identificar a escravidão política como um instrumento de violência como procedimento de despojamento social e político da vida nua. O texto está dividido em três seções articuladas? nos pensamentos de Francisco José de Jaca e Giorgio Agamben: a primeira, compreender o pensamento de Francisco José de Jaca, segunda, discutir a invisibilidade da escravidão; e, a terceira, a análise da retirada da escravidão humana do mundo, é possível? Portanto, os herdeiros indiretos de Francisco José de Jaca, no Brasil, foram muitos, entre eles, Joaquim Nabuco (1849-1910).","PeriodicalId":137834,"journal":{"name":"PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília","volume":"110 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122606752","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
A concepção crítica de autobiografia revela uma dimensão de negatividade da escrita de si e, principalmente, de negação da ideia de uma subjetividade íntegra e coesa. Tal concepção crítica que aqui será estudada encontra-se em Nietzsche como multiplicidade do eu. Tendo em vista que a autobiografia nietzschiana revê o modelo da autobiografia tradicional diante de um entendimento crítico da subjetividade moderna, busquei elucidar a transformação que essa narrativa opera no interior da filosofia. A partir desse objetivo central, o presente artigo investiga as características específicas da escrita autobiográfica do autor e, a partir disso, leva-nos ao entendimento da crise e do enfraquecimento da subjetividade, que, se não elimina o sujeito e seu propósito de narrar sua vida, ao menos põe em questão a incompletude daquele que fala, escreve e filosofa.
{"title":"FILOSOFIA E AUTOBIOGRAFIA EM NIETZSCHE","authors":"G. Giani","doi":"10.26512/pl.v9i17.26715","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/pl.v9i17.26715","url":null,"abstract":"A concepção crítica de autobiografia revela uma dimensão de negatividade da escrita de si e, principalmente, de negação da ideia de uma subjetividade íntegra e coesa. Tal concepção crítica que aqui será estudada encontra-se em Nietzsche como multiplicidade do eu. Tendo em vista que a autobiografia nietzschiana revê o modelo da autobiografia tradicional diante de um entendimento crítico da subjetividade moderna, busquei elucidar a transformação que essa narrativa opera no interior da filosofia. A partir desse objetivo central, o presente artigo investiga as características específicas da escrita autobiográfica do autor e, a partir disso, leva-nos ao entendimento da crise e do enfraquecimento da subjetividade, que, se não elimina o sujeito e seu propósito de narrar sua vida, ao menos põe em questão a incompletude daquele que fala, escreve e filosofa.","PeriodicalId":137834,"journal":{"name":"PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília","volume":"258 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132560140","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
O presente artigo faz uma leitura de trechos da Crítica da razão pura de modo a indicar que, se Kant assume uma noção de verdade por correspondência, ela deve ser condicionada a uma noção kantiana de representação. Isso quer dizer que, na medida em que Kant assume um tipo de idealismo, isto é, na medida em que investiga as condições transcendentais de nossas faculdades de conhecimento, é preciso entender que a correspondência entre objeto e conceito, entre coisa e intelecto ou entre representação e representado não pode pressupor um acesso direto à s coisas. Se Kant assume, então, a noção de verdade por correspondência, é preciso entender como o filósofo desenvolve uma teoria da representação, reinterpretando essa noção de verdade.
{"title":"QUANDO O CONCEITO E O OBJETO CONCORDAM ENTRE SI?","authors":"Eliakim Ferreira Oliveira","doi":"10.26512/pl.v9i17.26573","DOIUrl":"https://doi.org/10.26512/pl.v9i17.26573","url":null,"abstract":"O presente artigo faz uma leitura de trechos da Crítica da razão pura de modo a indicar que, se Kant assume uma noção de verdade por correspondência, ela deve ser condicionada a uma noção kantiana de representação. Isso quer dizer que, na medida em que Kant assume um tipo de idealismo, isto é, na medida em que investiga as condições transcendentais de nossas faculdades de conhecimento, é preciso entender que a correspondência entre objeto e conceito, entre coisa e intelecto ou entre representação e representado não pode pressupor um acesso direto à s coisas. Se Kant assume, então, a noção de verdade por correspondência, é preciso entender como o filósofo desenvolve uma teoria da representação, reinterpretando essa noção de verdade.","PeriodicalId":137834,"journal":{"name":"PÓLEMOS – Revista de Estudantes de Filosofia da Universidade de Brasília","volume":"13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2020-02-10","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"128112126","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}