{"title":"Tempo, variação e esquecimento: seis operações da ética da memória","authors":"Brida Emanoele Spohn Cezar, Luis Artur Costa","doi":"10.15210/rmr.v15i29.24271","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo aborda a memória desde uma perspectiva trágica que a afirma enquanto um devir em constante transformação. Na sua relação indissociável e paradoxal com o esquecimento, busca-se visibilizar a possibilidade de metabolização do vivido e de incorporação das formas constantemente devolvidas às forças de criação e destruição inerentes às paisagens de dois vilarejos atravessados pela ferrovia: São Salvador e Paranapiacaba. Seis operações distintas acompanham o percurso de um pensamento debruçado sobre imagens e intensidades que se aglutinam em camadas: o tempo não é compreendido mais em estágios, mas em estratos que podem ser escavados e reunidos de modo fragmentário. São elas: a evaporação, a decomposição, a oxidação, a preservação, a digestão e a decomposição. Não existem homogeneidades e generalizações: cada qual enseja a sua própria travessia num ritmo dessemelhante e assimétrico, assim como cada qual estabelece as suas alianças, rizomas e desvios no encontro com as sobrevivências e suas metamorfoses.","PeriodicalId":445739,"journal":{"name":"Revista Memória em Rede","volume":"35 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-07-16","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Memória em Rede","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.15210/rmr.v15i29.24271","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo aborda a memória desde uma perspectiva trágica que a afirma enquanto um devir em constante transformação. Na sua relação indissociável e paradoxal com o esquecimento, busca-se visibilizar a possibilidade de metabolização do vivido e de incorporação das formas constantemente devolvidas às forças de criação e destruição inerentes às paisagens de dois vilarejos atravessados pela ferrovia: São Salvador e Paranapiacaba. Seis operações distintas acompanham o percurso de um pensamento debruçado sobre imagens e intensidades que se aglutinam em camadas: o tempo não é compreendido mais em estágios, mas em estratos que podem ser escavados e reunidos de modo fragmentário. São elas: a evaporação, a decomposição, a oxidação, a preservação, a digestão e a decomposição. Não existem homogeneidades e generalizações: cada qual enseja a sua própria travessia num ritmo dessemelhante e assimétrico, assim como cada qual estabelece as suas alianças, rizomas e desvios no encontro com as sobrevivências e suas metamorfoses.