{"title":"O cuidado de si como postura ética na subjetivação de uma prática pedagógica sensível à diferença sob a ótica da inclusão escolar","authors":"Manuela Cristina Tórcia Moreti","doi":"10.36229/978-85-7042-144-9.cap.18","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O tema da inclusão escolar é recorrente em pesquisas e artigos brasileiros nas duas últimas décadas. Majoritariamente, na literatura sobre o assunto, aspira-se a normalizar e trazer para o meio social alunos anteriormente excluídos por suas características especiais. Nesta pesquisa, nossa hipótese foi a de buscarmos uma abordagem inversa a essa e discutir a possibilidade de subjetivar uma postura ética na prática pedagógica que norteada pelo cuidado de si helenístico (práticas corporais e espirituais que visam uma formação e transformação do sujeito), se faça sensível à vida, a diferença e ao outro na atividade docente. Em vista a discutir essa hipótese, objetivamos analisar as noções de Michel Foucault e outros filósofos sobre, biopolítica e biopoder, e como as práticas inclusivas escolares legitimam esses conceitos. Analisaremos o cuidado de si helenístico de Michel Foucault, problematizando os limites e apontando possibilidades de subjetivação dessa concepção de ética para atividade docente. Dentro dessa concepção, procuraremos vislumbrar de que maneira a inclusão escolar poderia desencadear uma prática pedagógica da diferença, instigando o exercício da alteridade por parte do professor e a explicitação de sua conduta ética e subjetiva. Assim, nos propomos a evidenciar as fragilidades do discurso político pedagógico normalizante e indicar um outro olhar sobre a relação com a deficiência na escola. Iniciamos uma análise do discurso atual de inclusão escolar partindo de conceitos de Michel Foucault: biopolítica, biopoder e posteriormente do cuidado de si helenistico. Utilizamos considerações de pensadores do tema na atualidade, André Duarte, Tatiana Luiza Rech e Pedro Angelo Pagni, que caracterizassem o deficiente como detentor da vida que excede dentro da sala de aula e catalisador de uma postura ética para uma pedagogia da diferença e de resistência ao discurso político pedagógico.","PeriodicalId":120649,"journal":{"name":"Educação no Século XXI - Volume 33 – Inclusão, Especial, Diversidade","volume":"272 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"1900-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Educação no Século XXI - Volume 33 – Inclusão, Especial, Diversidade","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.36229/978-85-7042-144-9.cap.18","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O tema da inclusão escolar é recorrente em pesquisas e artigos brasileiros nas duas últimas décadas. Majoritariamente, na literatura sobre o assunto, aspira-se a normalizar e trazer para o meio social alunos anteriormente excluídos por suas características especiais. Nesta pesquisa, nossa hipótese foi a de buscarmos uma abordagem inversa a essa e discutir a possibilidade de subjetivar uma postura ética na prática pedagógica que norteada pelo cuidado de si helenístico (práticas corporais e espirituais que visam uma formação e transformação do sujeito), se faça sensível à vida, a diferença e ao outro na atividade docente. Em vista a discutir essa hipótese, objetivamos analisar as noções de Michel Foucault e outros filósofos sobre, biopolítica e biopoder, e como as práticas inclusivas escolares legitimam esses conceitos. Analisaremos o cuidado de si helenístico de Michel Foucault, problematizando os limites e apontando possibilidades de subjetivação dessa concepção de ética para atividade docente. Dentro dessa concepção, procuraremos vislumbrar de que maneira a inclusão escolar poderia desencadear uma prática pedagógica da diferença, instigando o exercício da alteridade por parte do professor e a explicitação de sua conduta ética e subjetiva. Assim, nos propomos a evidenciar as fragilidades do discurso político pedagógico normalizante e indicar um outro olhar sobre a relação com a deficiência na escola. Iniciamos uma análise do discurso atual de inclusão escolar partindo de conceitos de Michel Foucault: biopolítica, biopoder e posteriormente do cuidado de si helenistico. Utilizamos considerações de pensadores do tema na atualidade, André Duarte, Tatiana Luiza Rech e Pedro Angelo Pagni, que caracterizassem o deficiente como detentor da vida que excede dentro da sala de aula e catalisador de uma postura ética para uma pedagogia da diferença e de resistência ao discurso político pedagógico.