{"title":"Área de vida, nidificação e dieta de Bubo virginianus (Strigiformes: Strigidae) no pampa brasileiro","authors":"José P. S. Dias, Carlos B. Kasper","doi":"10.1590/1678-4766e2023015","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"RESUMO O jacurutu Bubo virginianus (Gmelin, 1788) tem ampla distribuição pela América, estendendo-se desde o Alasca e norte do Canadá, até o centro da Argentina e Uruguai. Apesar de relativamente comum, diferentes aspectos da história natural desta espécie ainda permanecem pouco conhecidos, sobretudo na Região Neotropical. Assim, o objetivo deste trabalho foi obter informações referentes à área de vida utilizada por B. virginianus, sua biologia reprodutiva e dieta no Pampa brasileiro. O estudo foi realizado entre abril de 2015 e abril de 2018, no município de Santa Margarida do Sul, região central do Pampa brasileiro, Rio Grande do Sul, Brasil. A área de estudo conta com capões de Eucaliptus spp., sob os quais a vegetação é predominantemente formada por gramíneas, com manchas de arbustos espinhosos em pontos específicos. Os arredores do capão principal são utilizados para criação extensiva de gado em campo nativo além de cultivos de soja e arroz. A coleta de dados foi baseada no acompanhamento visual dos indivíduos com ao menos uma observação quinzenal durante o período não reprodutivo, e ao menos uma observação semanal durante o período de utilização do ninho. Além do ninho, foram verificados os poleiros de descanso dos indivíduos monitorados e coletadas as egagrópilas regurgitadas, para posterior estudo de seus hábitos alimentares. A área de vida utilizada pelo casal foi estimada em 0,35 km² pelo método do MCP, ou 0,41 km² baseado em estimativas pelo método de Kernel. Os indivíduos parecem demonstrar interesse por locais limítrofes da área de vida durante a noite e preferindo a parte central da mesma para abrigo/descanso durante o dia. O tempo de utilização do ninho foi de três meses em todos os períodos reprodutivos. A estação reprodutiva da espécie está relacionada ao pico do inverno, com um a dois filhotes nascendo próximo ao final da estação. Os filhotes permaneceram na área de vida dos pais por um período de sete até dez de meses, dispersando durante os meses do outono do ano seguinte. Por fim, a dieta foi baseada em roedores, sobretudo Holochilus vulpinus (Brants, 1827) e aves, seguindo um padrão já conhecido para espécie.","PeriodicalId":56300,"journal":{"name":"Iheringia Serie Zoologia","volume":"152 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.5000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Iheringia Serie Zoologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/1678-4766e2023015","RegionNum":4,"RegionCategory":"生物学","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"Q4","JCRName":"ZOOLOGY","Score":null,"Total":0}
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Abstract
RESUMO O jacurutu Bubo virginianus (Gmelin, 1788) tem ampla distribuição pela América, estendendo-se desde o Alasca e norte do Canadá, até o centro da Argentina e Uruguai. Apesar de relativamente comum, diferentes aspectos da história natural desta espécie ainda permanecem pouco conhecidos, sobretudo na Região Neotropical. Assim, o objetivo deste trabalho foi obter informações referentes à área de vida utilizada por B. virginianus, sua biologia reprodutiva e dieta no Pampa brasileiro. O estudo foi realizado entre abril de 2015 e abril de 2018, no município de Santa Margarida do Sul, região central do Pampa brasileiro, Rio Grande do Sul, Brasil. A área de estudo conta com capões de Eucaliptus spp., sob os quais a vegetação é predominantemente formada por gramíneas, com manchas de arbustos espinhosos em pontos específicos. Os arredores do capão principal são utilizados para criação extensiva de gado em campo nativo além de cultivos de soja e arroz. A coleta de dados foi baseada no acompanhamento visual dos indivíduos com ao menos uma observação quinzenal durante o período não reprodutivo, e ao menos uma observação semanal durante o período de utilização do ninho. Além do ninho, foram verificados os poleiros de descanso dos indivíduos monitorados e coletadas as egagrópilas regurgitadas, para posterior estudo de seus hábitos alimentares. A área de vida utilizada pelo casal foi estimada em 0,35 km² pelo método do MCP, ou 0,41 km² baseado em estimativas pelo método de Kernel. Os indivíduos parecem demonstrar interesse por locais limítrofes da área de vida durante a noite e preferindo a parte central da mesma para abrigo/descanso durante o dia. O tempo de utilização do ninho foi de três meses em todos os períodos reprodutivos. A estação reprodutiva da espécie está relacionada ao pico do inverno, com um a dois filhotes nascendo próximo ao final da estação. Os filhotes permaneceram na área de vida dos pais por um período de sete até dez de meses, dispersando durante os meses do outono do ano seguinte. Por fim, a dieta foi baseada em roedores, sobretudo Holochilus vulpinus (Brants, 1827) e aves, seguindo um padrão já conhecido para espécie.
期刊介绍:
The journal Iheringia, Série Zoologia, edited by the “Museu de Ciências Naturais” of the “Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul”, publishes original research findings in zoology with emphasis on taxonomy, systematics, morphology, natural history, and community or population ecology of species from current Neotropical fauna. Scientific notes will not be accepted for publication. Species lists without a taxonomic approach, or that are not the result of studies on the ecology or natural history of communities will not normally be accepted. The same applies to identification keys of groups of taxa defined by political boundaries. Authors wishing to inquire about the scope of the journal or the suitability of a particular topic are encouraged to contact the Editorial Board prior to submission. Furthermore, articles with a main focus on agronomy, veterinary, zootechny or other areas involving applied zoology will not be accepted.
Its abbreviated title is Iheringia, Sér. Zool., which should be used in bibliographies, footnotes and bibliographical references and strips.