Henrique Muela, Fernando Sandala, José Tito, Guilherme Franco, José Roberto Dos Santos, António Francisco
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Abstract
Introdução: A razão neutrófilo-linfocitária (RNL) tem sido proposta como um biomarcador inflamatório e potencial preditor de risco e prognóstico na doença cardiovascular (DCV).Objectivo: Estudar a associação entre a razão neutrófilo-linfocitária e a gravidade da doença arterial coronária.Métodos: Estudo observacional e retrospectiva, incluindo 56 pacientes com idade ≥18 anos (41 homens e 15 mulheres) submetidos à cineangiocoronariografia diagnóstica e/ou terapêutica entre o ano de 2014 à 2019 na Clínica Sagrada Esperança (CSE), Ilha de Luanda. Foram colhidos dados demográficos, factores de risco e comorbidades, exames bioquímicos e hemograma de prontuários clínicos. A RNL foi calculada como a razão entre a contagem total de neutrófilos e de linfócitos a partir do hemograma dos pacientes. A amostra foi dividida segundo a mediana da RNL (2.02) em dois grupos: (1) pacientes com RNL≤mediana e (2) pacientes com RNL>mediana. Valor p<0.05 foi considerado significativo.Resultados: A idade foi relativamente superior no grupo com DAC, embora sem diferença significativa (58.49±8.76 vs. 54.74±8.7, p=0.137). De igual modo a idade foi similar entre os grupos considerando o nível da RNL. Os dados indicaram que não houve associação entre a RNL e a presença ou não de DAC, e nem com a gravidade da DAC. Contudo, o risco de ocorrência de DAC e sendo obstrutiva foi duas vezes superior no grupo com RNL acima da mediana (OR: 2.25 e 2.17 respectivamente).Conclusão: O risco de ocorrência de DAC, assim como a ocorrência de DAC obstrutiva foi duas vezes superior no grupo com maior RNL.