José C.T. Pinto, Marília Da Costa, Gonçalves Bamba, André João, Mauer Alexandre da Ascensão Gonçalves, Valdano Manuel, Madalena Diogo, Domingas Mbala, Filipa Franco, Mário Fernandes
{"title":"Ruptura de Pseudoaneurisma Subvalvular Mitro-Aórtico e Aneurisma do Seio de Valsava Congénito: Uma Associação Rara – a Propósito de um Caso Clínico","authors":"José C.T. Pinto, Marília Da Costa, Gonçalves Bamba, André João, Mauer Alexandre da Ascensão Gonçalves, Valdano Manuel, Madalena Diogo, Domingas Mbala, Filipa Franco, Mário Fernandes","doi":"10.52600/2965-0968.bjcmr.2023.1.suppl.2.29","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O Aneurisma do seio de valsava (ASV) e o pseudoaneurisma na região do corpo fibroso entre as válvulas mitral e aórtica (tambem conhecida como fibrosa intervalvar mitro-aórtica), são patologias cardíacas raras, ocorrendo em separado, em menos de 1% dos doentes submetidos a cirurgia cardíaca, na sua maioria em homens. Os ASV congénitos podem estar associados a outras anomalias congénitas ou valvulares. O pseudoaneurisma subvalvar mitro aórtico e o aneurisma do seio de valsava podem romper. As rupturas mais frequentes dos aneurismas do seio de valsava são em ordem decrescente para o ventrículo direito, aurícula direita, ventrículo esquerdo ou o pericárdio, podendo ainda provocar compressão das estruturas adjacentes.Descrevemos o caso de um doente de 46 anos, melanodérmico, aparentemente hígido, mecânico de profissão, sem hábitos etanólicos, tabágicos e sem antecedentes cardiovasculares conhecidos, até a altura; admitido em um hospital terciário, com quadro caracterizado por tosse seca de predomínio nocturno, com 3 meses de evolução; concomitantemente, referiu com dispneia para esforços progressivamente menores, dispneia paroxística nocturna, palpitações e aumento de volume dos membros inferiores. Ao exame físico de realcer com ingurgitamento jugular bilateral, com baqueteamento digital. Pulso 90 batimentos por minuto, regular, assimetria no pulso pedioso com maior amplitude à esquerda em relação à direita; diferencial de pressão arterial nos membros superiores maior que nos inferiores; à auscultação cárdíaca: tons normofonéticos, sopro holodiastólico no foco aórtico grau 3/6 e sopro holossistólico no foco mitral grau 3/6 com irradiação para a região precordial. O eletrocardiograma e o raio-x do tórax não mostraram alterações relevantes. O ecocardiograma revelou ruptura de pseudo aneurisma da junção mitro-aórtica com lúmen falso semelhante ao verdadeiro, regurgitação mitral e aórtica grave e aneurisma do seio de valsava não coronário. O doente foi sumetido a cirurgia cardíaca, tendo sido realizado correcção do aneurisma e substituição da válvula aórtica por prótese biológica. Após 5 meses de seguimento mantém-se assintomático, sem arritmias e nem alterações periprotésicas.","PeriodicalId":176982,"journal":{"name":"Brazilian Journal of Clinical Medicine and Review","volume":"40 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-10-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Brazilian Journal of Clinical Medicine and Review","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.52600/2965-0968.bjcmr.2023.1.suppl.2.29","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O Aneurisma do seio de valsava (ASV) e o pseudoaneurisma na região do corpo fibroso entre as válvulas mitral e aórtica (tambem conhecida como fibrosa intervalvar mitro-aórtica), são patologias cardíacas raras, ocorrendo em separado, em menos de 1% dos doentes submetidos a cirurgia cardíaca, na sua maioria em homens. Os ASV congénitos podem estar associados a outras anomalias congénitas ou valvulares. O pseudoaneurisma subvalvar mitro aórtico e o aneurisma do seio de valsava podem romper. As rupturas mais frequentes dos aneurismas do seio de valsava são em ordem decrescente para o ventrículo direito, aurícula direita, ventrículo esquerdo ou o pericárdio, podendo ainda provocar compressão das estruturas adjacentes.Descrevemos o caso de um doente de 46 anos, melanodérmico, aparentemente hígido, mecânico de profissão, sem hábitos etanólicos, tabágicos e sem antecedentes cardiovasculares conhecidos, até a altura; admitido em um hospital terciário, com quadro caracterizado por tosse seca de predomínio nocturno, com 3 meses de evolução; concomitantemente, referiu com dispneia para esforços progressivamente menores, dispneia paroxística nocturna, palpitações e aumento de volume dos membros inferiores. Ao exame físico de realcer com ingurgitamento jugular bilateral, com baqueteamento digital. Pulso 90 batimentos por minuto, regular, assimetria no pulso pedioso com maior amplitude à esquerda em relação à direita; diferencial de pressão arterial nos membros superiores maior que nos inferiores; à auscultação cárdíaca: tons normofonéticos, sopro holodiastólico no foco aórtico grau 3/6 e sopro holossistólico no foco mitral grau 3/6 com irradiação para a região precordial. O eletrocardiograma e o raio-x do tórax não mostraram alterações relevantes. O ecocardiograma revelou ruptura de pseudo aneurisma da junção mitro-aórtica com lúmen falso semelhante ao verdadeiro, regurgitação mitral e aórtica grave e aneurisma do seio de valsava não coronário. O doente foi sumetido a cirurgia cardíaca, tendo sido realizado correcção do aneurisma e substituição da válvula aórtica por prótese biológica. Após 5 meses de seguimento mantém-se assintomático, sem arritmias e nem alterações periprotésicas.