AVALIAÇÃO DO PERFIL DE PACIENTES ATENDIDOS COM DIAGNÓSTICO DE TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA NOS CENTROS DE ESPECIALIDADES DO CONSÓRCIO METROPOLITANO DE SAÚDE DO PARANÁ
Gabriela de Queiroz Peixoto, João Eduardo Mota Silveira, Raffaela Slompo Caporrino, Raquel Hübel, Thiago Assahida De Oliveira
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Abstract
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição heterogênea que afeta o neurodesenvolvimento, sendo caracterizado por deficiência na comunicação social, déficits de habilidades comunicativas e por padrões repetitivos e restritos de comportamentos e interesses. O diagnóstico do transtorno é realizado através de instrumentos de triagem, escalas e avaliação padronizada. O tratamento, por sua vez, requer um cuidado multidisciplinar e continuado. Porém, observa-se uma diferença de quadros clínicos e espectros nas meninas com TEA, as quais possuem algumas características que destoam ou não se enquadram nos testes de triagem mais utilizados. Com isso, o diagnóstico nas meninas acaba sendo mais tardio e, consequentemente, o tratamento em prol de desenvolver habilidades sociais e comportamentais não atinge sua excelência. O objetivo deste trabalho é avaliar o perfil epidemiológico dos pacientes com TEA atendidos em um Consórcio Metropolitano do Paraná, bem como diferenciar o tempo para o diagnóstico, quadro clínico e terapias empregadas entre meninos e meninas com diagnóstico de TEA. Trata-se de um estudo multicêntrico, transversal, de âmbito regional, conduzido a partir de 2021. Foram incluídos apenas prontuários completos, de pacientes entre 18 meses a 17 anos. Para análise inferencial foram utilizados os teste T de Student para análise de comparações de médias de variáveis quantitativas. Foram considerados significativos os valores de p menores que 0,05. Dentre os principais resultados, foram obtidos dados de 167 pacientes, sendo 50,9% do sexo feminino e 49,1% do sexo masculino. As meninas foram diagnosticadas com idade média de 5,84 anos, já os meninos, com 6,15 anos. 19,8% dos pacientes apresentavam Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Somente 26,8% das meninas receberam o tratamento no momento do diagnóstico, enquanto no sexo masculino, tal número foi de 46,2%. Em conclusão, foi possível identificar os principais dados epidemiológicos de crianças com TEA, e, embora o diagnóstico das meninas ocorra mais cedo, elas recebem tratamento mais tardio, com menor acompanhamento multidisciplinar.