Jefferson Noronha Bezerra Silva, Marcilyo Max Bezerra Soares, Edvaldo Lucas da Costa da Silva, Daniel Matos de Sousa, Hérmeson Sttainer Silva Oliveira, Antonio Ferreira Mendes-Sousa
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Abstract
Introdução: A estrongiloidíase é uma parasitose endêmica no Brasil e em boa parte do mundo, causada pelo Strongyloides stercoralis, que se destaca por sua propriedade de causar autoinfecção no hospedeiro, podendo levar a quadros graves em situações de imunossupressão. Atualmente, a medicina dispõe de arsenal terapêutico limitado para esta infecção. Objetivo: Descrever as recomendações, novas possibilidades e a eficiência dos tratamentos farmacológicos mais atuais para estrongiloidíase. Método: Trata-se de uma revisão integrativa de literatura, utilizando as bases de dados PUBMED, Biblioteca Virtual de Saúde e SciELO, de publicações dos últimos 5 anos e com alto nível de evidência. Resultados: Após aplicação dos critérios de elegibilidade, 10 estudos foram selecionados para serem analisados de forma qualitativa. Discussão: O tratamento padrão para estrongiloidíase permanece sendo a ivermectina por via oral, reservando-se o albendazol e tiabendazol como terapia de segunda linha. O rastreio e tratamento da estrongiloidíase a todos os pacientes que necessitem de terapia imunossupressora é recomendado, incluindo corticoterapia para COVID-19 ou uso de metotrexato. Embora não seja recomendada para crianças com menos de 15 kg por falta de estudos de segurança, a ivermectina já foi utilizada neste público em certas situações, sem grandes efeitos adversos. Inclusive, sendo recomendada, de forma diluída, pela Agência Reguladora Francesa de Medicamentos, para crianças menores. A moxidectina está sendo estudada como uma possível alternativa à ivermectina principalmente por oferecer algumas vantagens farmacocinéticas. Na síndrome de hiperinfecção, uma formulação veterinária de ivermectina subcutânea tem sido utilizada em pacientes que não suportam a via oral. Conclusão: Discretos avanços foram realizados a respeito da terapia farmacológica para estrongiloidíase. Dentre as principais demandas, destaca-se a urgência de estudos clínicos que testem a ivermectina por via parenteral e sua segurança em crianças abaixo dos 15 kg.