{"title":"Augusto de Campos: a voz do poema, as linguagens da poesia// Augusto de Campos: the Voice of the Poem, the Languages of Poetry","authors":"Rogério Barbosa Silva","doi":"10.17851/2358-9787.31.4.66-83","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Resumo: Nesse artigo, refletimos sobre a poesia de Augusto de Campos a partir da noção de “outra voz”, proposta por Octavio Paz, no sentido de que a poesia de Augusto Campos se insurge tanto pela negação dos acordos, dos valores e das formas do mundo, quanto pela afirmação das linguagens e do potencial inventivo do poema. Pode aí se constituir o poema como essa voz subterrânea que desloca todas as outras, e que é capaz de acenar ao futuro e, ao mesmo tempo, escovar a contrapelo as tradições. Consideramos também a noção de voz na lírica, a partir da leitura de Alfonso Berardinelli sobre Hugo Friederich e T. S. Eliot. Para compor esse cenário de uma recusa que instaura uma voz singular, analisaremos alguns poemas de Não e Outro, refletindo sobre o prisma da apropriação de linguagens distintas e do desdobramento do poema e do livro entre o impresso e o digital.Palavras-chave: Augusto de Campos; tecnopoesia; a outra voz.Abstract: In this article, we reflect on the poetry of Augusto de Campos from the notion of “another voice”, proposed by Octavio Paz. That is, in the sense that the poetry of Augusto Campos arises both from the negation of agreements, values, and forms of the world, and from the affirmation of languages and the inventive potential of the poem. The poem can be constituted as this subterranean voice that displaces all the others, and that is able to nod to the future and at the same time to brush against the grain of traditions. We also consider the notion of voice in the lyric, based on Alfonso Berardinelli’s reading of Hugo Friederich and T. S. Eliot. To compose this scenario of a refusal that establishes a singular voice, we will analyze some poems from Não and Outro, reflecting on the prism of the appropriation of distinct languages and the unfolding of the poem and the book between the printed and the digital.Keywords: Augusto de Campos; technopoetry; the other voice.","PeriodicalId":40902,"journal":{"name":"Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira","volume":null,"pages":null},"PeriodicalIF":0.1000,"publicationDate":"2023-08-14","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Eixo e a Roda-Revista de Literatura Brasileira","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.17851/2358-9787.31.4.66-83","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"LITERATURE, ROMANCE","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Resumo: Nesse artigo, refletimos sobre a poesia de Augusto de Campos a partir da noção de “outra voz”, proposta por Octavio Paz, no sentido de que a poesia de Augusto Campos se insurge tanto pela negação dos acordos, dos valores e das formas do mundo, quanto pela afirmação das linguagens e do potencial inventivo do poema. Pode aí se constituir o poema como essa voz subterrânea que desloca todas as outras, e que é capaz de acenar ao futuro e, ao mesmo tempo, escovar a contrapelo as tradições. Consideramos também a noção de voz na lírica, a partir da leitura de Alfonso Berardinelli sobre Hugo Friederich e T. S. Eliot. Para compor esse cenário de uma recusa que instaura uma voz singular, analisaremos alguns poemas de Não e Outro, refletindo sobre o prisma da apropriação de linguagens distintas e do desdobramento do poema e do livro entre o impresso e o digital.Palavras-chave: Augusto de Campos; tecnopoesia; a outra voz.Abstract: In this article, we reflect on the poetry of Augusto de Campos from the notion of “another voice”, proposed by Octavio Paz. That is, in the sense that the poetry of Augusto Campos arises both from the negation of agreements, values, and forms of the world, and from the affirmation of languages and the inventive potential of the poem. The poem can be constituted as this subterranean voice that displaces all the others, and that is able to nod to the future and at the same time to brush against the grain of traditions. We also consider the notion of voice in the lyric, based on Alfonso Berardinelli’s reading of Hugo Friederich and T. S. Eliot. To compose this scenario of a refusal that establishes a singular voice, we will analyze some poems from Não and Outro, reflecting on the prism of the appropriation of distinct languages and the unfolding of the poem and the book between the printed and the digital.Keywords: Augusto de Campos; technopoetry; the other voice.