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Abstract
O artigo discute como determinadas imagens expressam e articulam, poética e esteticamente, gestos de revolta e emoções indignadas, revelando, assim, uma dimensão política que lhes é intrínseca. A questão de fundo, extraída dos trabalhos mais recentes de G. Didi-Huberman, é compreender como as imagens são capazes de dar forma visível ao páthos da indignação. O ponto de partida do trabalho são duas fotografias produzidas em 2015 e 2018, em frente a um complexo de casas prisionais na Região Metropolitana de Belém (PA), nas quais mulheres montam barricadas em protestos por respeito aos direitos dos detentos e contra a violência policial dentro dos presídios. As imagens são, ao final, reconhecidas em sua capacidade de expressar visualmente a potência dos afetos da revolta: a indignação, a esperança, a solidariedade e a obstinação de sujeitos que lutam por si e por aqueles que amam.