{"title":"Corpo, memória e fabulação anticolonial nas colagens visuais de Gê Viana","authors":"Fernando Gonçalves","doi":"10.29146/eco-ps.v26i2.28069","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O artigo discute, apoiado nas noções de ficção especulativa em Jota Mombaça e de fabulação crítica de Saidiya Hartman, o papel que as fotomontagens da artista Gê Viana têm na elaboração de uma crítica anticolonial aos processos de violência contra corpos dissidentes de raça e de gênero e culturas dos povos originários no Brasil. Observando como a artista interfere e adultera imagens de arquivo, a hipótese do texto é que por meio desses procedimentos suas imagens vão constituir um dispositivo fabulador capaz de construir ficções visuais que especulam memórias de futuro e conjuram o trauma colonial. Por meio da análise de alguns de seus principais trabalhos, conclui-se que as fotomontagens da artista reprocessam a memória colonial e as representações de corpos dissidentes, reposicionando-as para além do trauma.","PeriodicalId":286404,"journal":{"name":"Revista ECO-Pós","volume":"63 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-11-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista ECO-Pós","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.29146/eco-ps.v26i2.28069","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
O artigo discute, apoiado nas noções de ficção especulativa em Jota Mombaça e de fabulação crítica de Saidiya Hartman, o papel que as fotomontagens da artista Gê Viana têm na elaboração de uma crítica anticolonial aos processos de violência contra corpos dissidentes de raça e de gênero e culturas dos povos originários no Brasil. Observando como a artista interfere e adultera imagens de arquivo, a hipótese do texto é que por meio desses procedimentos suas imagens vão constituir um dispositivo fabulador capaz de construir ficções visuais que especulam memórias de futuro e conjuram o trauma colonial. Por meio da análise de alguns de seus principais trabalhos, conclui-se que as fotomontagens da artista reprocessam a memória colonial e as representações de corpos dissidentes, reposicionando-as para além do trauma.