Gabriela de Castro da Silva, Beatrix Kompier Mendes, Charlotte Sophie Schlanger Robles, Rafaela Emilia Viana Amendola, Thaiz Costa Brandão, Gabrielle Araujo Barros
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Abstract
Introdução: A vacina nonavalente contra o papilomavírus humano (HPV) foi aprovada pela Food and Drug Administration (FDA) em dezembro de 2014, nos Estados Unidos, e, recentemente, em março de 2023, chegou à rede privada no Brasil. Essa vacina é eficaz na proteção contra nove tipos do HPV e tem o potencial de prevenir até 90% dos casos de câncer de colo de útero, bem como outras infecções cervicais, vulvares, vaginais, anais e orofaríngeas. Devido à importância dessa vacina para a saúde pública do país e sua comprovada eficácia, é relevante promover um debate sobre o tema, visando divulgar e consolidar as informações sobre o imunizante. Objetivo: Abordar a eficácia e o sucesso da vacina nonavalente contra o HPV, além de destacar a importância de sua implementação no Brasil. Fonte de dados: Realizou-se uma revisão sistemática da literatura utilizando-se as bases de dados Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e National Library of Medicine (PubMed), buscando artigos relacionados à vacina nonavalente contra o HPV e sua eficácia. Os descritores utilizados foram “vacina nonavalente”, “HPV” e “eficácia”. O ponto de corte temporal incluiu artigos dos últimos 15 anos. Seleção de estudos: Foram coletados e revisados 10 estudos que atendiam aos critérios de inclusão estabelecidos. Esses critérios incluíam classificação Qualis acima de B2, idiomas português, inglês ou espanhol, artigos relacionados à ginecologia e publicados nos últimos 15 anos. Coleta de dados: Os dados foram extraídos dos 10 artigos selecionados de acordo com os critérios de inclusão. Realizou-se uma leitura e análise minuciosa dos artigos, buscando uma compreensão inicial sobre o tema e gerando uma reflexão sobre a importância da vacina nonavalente. Não foi realizada coleta estatística. Resultados: Os resultados encontrados indicam que a vacina nonavalente (9vHPV) tem eficácia de mais de 97% e contém mais do que o dobro de partículas semelhantes a vírus e adjuvantes em comparação com a vacina quadrivalente (qHPV). É importante ressaltar que, apesar de ser mais eficaz, a vacina nonavalente tem eficácia similar à quadrivalente para os subtipos 6, 11, 16 e 18. Quanto à administração da vacina, estudos mostram que é mais vantajoso vacinar antes da infecção, destacando a importância da vacinação em faixas etárias mais baixas, principalmente a partir dos 10 anos de idade. Além disso, a vacina nonavalente oferece proteção contra sorotipos extras de HPV, os quais estão associados a 10% dos casos de câncer, ressaltando a relevância de incluir essa vacina no calendário vacinal do Brasil. Conclusão: Embora sejam necessários mais estudos sobre a implementação da vacina nonavalente no Brasil para obter benefícios concretos e conclusões mais precisas, é inegável o benefício e a eficácia dessa vacina nos locais onde já foi implementada. Portanto, é essencial dar atenção especial aos potenciais ganhos que essa vacina pode trazer para a saúde pública brasileira.