Púrpura trombocitopênica imune como etiologia de sangramento uterino anormal em mulher em idade reprodutiva — relato de caso

Nina Feital Montezz, Giulia Bianco da Silva, Renata Santos Dantas Machado, Plínio Tostes Berardo, Maria Victoria do Rego Barros Valle, Rachel Horowicz Machlach
{"title":"Púrpura trombocitopênica imune como etiologia de sangramento uterino anormal em mulher em idade reprodutiva — relato de caso","authors":"Nina Feital Montezz, Giulia Bianco da Silva, Renata Santos Dantas Machado, Plínio Tostes Berardo, Maria Victoria do Rego Barros Valle, Rachel Horowicz Machlach","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1038","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: O sangramento uterino anormal (SUA) é uma condição comum na prática clínica, sendo classificado pela nomenclatura PALM-COEIN, proposta em 2011 pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO). As causas estruturais (PALM) incluem pólipos, adenomiose, leiomiomas e malignidade, enquanto as causas não estruturais (COEIN) englobam coagulopatias, disfunções ovulatórias, causas endometriais, iatrogenias e causas não especificadas. A púrpura trombocitopênica imune (PTI) é uma causa menos comum de SUA, mas pode comprometer significativamente a qualidade de vida das pacientes. Relato de caso: Foi relatado o caso de paciente de 18 anos, sem comorbidades, que procurou atendimento em uma unidade de pronto atendimento devido a sangramento menstrual prolongado por 18 dias. Além disso, a paciente apresentava equimoses e petéquias espontâneas nos últimos 2 meses, bem como um quadro gripal leve com febre e odinofagia. Não houve atividade sexual nos últimos 12 meses. No exame inicial, constatou-se anemia grave (hematócrito de 12,3% e hemoglobina de 4,1 g/dL), plaquetopenia (30.000/mm3), INR de 1,85, TAP de 53% e teste de gravidez β-HCG negativo. O ultrassom transvaginal não evidenciou anormalidades. Após a estabilização clínica com hemotransfusão, a paciente foi encaminhada para hospital terciário no quinto dia de internação. No exame físico, observou-se sangramento moderado pelo orifício cervical, com presença de coágulos, sem lesões genitais aparentes. O útero estava dentro da pelve, móvel e indolor à mobilização, sem massas abdominais. Os exames laboratoriais revelaram hemoglobina de 8,4 g/dL, INR de 1,32 e contagem de plaquetas de 7.000/mm³. A sorologia para o vírus Epstein-Barr (EBV) indicou infecção recente, com resultado inicial indeterminado para IgM e posterior queda, além de IgG positivo. Hepatites virais, infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e lúpus eritematoso sistêmico (LES) foram descartados. O diagnóstico de PTI secundária à infecção por EBV foi considerado, e a paciente foi submetida a pulsoterapia com metilprednisolona, seguida de prednisolona por 30 dias. Houve resolução do sangramento vaginal e das equimoses em 5 dias, além de uma hemorragia intrarretiniana diagnosticada pela equipe de oftalmologia, que regrediu espontaneamente. A paciente recebeu alta hospitalar 11 dias após o início do tratamento, com contagem de plaquetas.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"29 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Jornal brasileiro de ginecologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1038","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract

Introdução: O sangramento uterino anormal (SUA) é uma condição comum na prática clínica, sendo classificado pela nomenclatura PALM-COEIN, proposta em 2011 pela Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO). As causas estruturais (PALM) incluem pólipos, adenomiose, leiomiomas e malignidade, enquanto as causas não estruturais (COEIN) englobam coagulopatias, disfunções ovulatórias, causas endometriais, iatrogenias e causas não especificadas. A púrpura trombocitopênica imune (PTI) é uma causa menos comum de SUA, mas pode comprometer significativamente a qualidade de vida das pacientes. Relato de caso: Foi relatado o caso de paciente de 18 anos, sem comorbidades, que procurou atendimento em uma unidade de pronto atendimento devido a sangramento menstrual prolongado por 18 dias. Além disso, a paciente apresentava equimoses e petéquias espontâneas nos últimos 2 meses, bem como um quadro gripal leve com febre e odinofagia. Não houve atividade sexual nos últimos 12 meses. No exame inicial, constatou-se anemia grave (hematócrito de 12,3% e hemoglobina de 4,1 g/dL), plaquetopenia (30.000/mm3), INR de 1,85, TAP de 53% e teste de gravidez β-HCG negativo. O ultrassom transvaginal não evidenciou anormalidades. Após a estabilização clínica com hemotransfusão, a paciente foi encaminhada para hospital terciário no quinto dia de internação. No exame físico, observou-se sangramento moderado pelo orifício cervical, com presença de coágulos, sem lesões genitais aparentes. O útero estava dentro da pelve, móvel e indolor à mobilização, sem massas abdominais. Os exames laboratoriais revelaram hemoglobina de 8,4 g/dL, INR de 1,32 e contagem de plaquetas de 7.000/mm³. A sorologia para o vírus Epstein-Barr (EBV) indicou infecção recente, com resultado inicial indeterminado para IgM e posterior queda, além de IgG positivo. Hepatites virais, infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) e lúpus eritematoso sistêmico (LES) foram descartados. O diagnóstico de PTI secundária à infecção por EBV foi considerado, e a paciente foi submetida a pulsoterapia com metilprednisolona, seguida de prednisolona por 30 dias. Houve resolução do sangramento vaginal e das equimoses em 5 dias, além de uma hemorragia intrarretiniana diagnosticada pela equipe de oftalmologia, que regrediu espontaneamente. A paciente recebeu alta hospitalar 11 dias após o início do tratamento, com contagem de plaquetas.
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免疫血小板减少性紫癜作为育龄妇女异常子宫出血的病因-病例报告
简介:异常子宫出血(as)是临床实践中的一种常见疾病,由国际妇产科联合会(FIGO)在2011年提出的PALM-COEIN命名法进行分类。结构性原因(PALM)包括息肉、子宫腺肌症、平滑肌瘤和恶性肿瘤,而非结构性原因(COEIN)包括凝血病、排卵功能障碍、子宫内膜原因、医源性和未指明的原因。免疫血小板减少性紫癜(itp)是一种较不常见的血小板减少性紫癜的原因,但它会显著影响患者的生活质量。病例报告:报告一例18岁无合并症的患者,因经期出血持续18天而在急诊室就诊。此外,患者在过去2个月有自发性瘀伤和瘀伤,以及轻度流感症状,伴有发热和嗜睡。在过去的12个月里没有性行为。初次检查发现严重贫血(红细胞压积12.3%,血红蛋白4.1 g/dL),血小板减少(30.000/mm3), INR 1.85, TAP 53%, β-HCG妊娠试验阴性。经阴道超声未见异常。经输血稳定临床后,患者于住院第5天转诊三级医院。体格检查显示颈椎孔中度出血,有血块,无明显生殖器病变。子宫在骨盆内,活动时无痛,无腹部肿块。实验室检测显示血红蛋白8.4 g/dL, INR 1.32,血小板计数7000 /mm³。爱泼斯坦-巴尔病毒(EBV)血清学显示最近感染,IgM初始结果不确定,随后下降,IgG阳性。病毒性肝炎、人类免疫缺陷病毒(HIV)感染和系统性红斑狼疮(sle)被排除。考虑继发性ibp的诊断,患者接受甲基强的松龙脉冲治疗,然后强的松龙治疗30天。阴道出血和瘀伤在5天内消退,眼科团队诊断视网膜内出血,并自行消退。患者在开始治疗11天后出院,血小板计数。
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