Luana Gomes Dias Pimentel, Mariana Alves Riomayor Ferreira, Juliana Goulart Haddad, Mariana Fernandes Ibraim, Francyane Peixoto Ramos de Abreu, Alice Carvalho Lopes Tavares, Érica de Almeida Barboza, João Alfredo Seixas
{"title":"Avaliação do perfil das adolescentes grávidas no município de Miguel Pereira (RJ)","authors":"Luana Gomes Dias Pimentel, Mariana Alves Riomayor Ferreira, Juliana Goulart Haddad, Mariana Fernandes Ibraim, Francyane Peixoto Ramos de Abreu, Alice Carvalho Lopes Tavares, Érica de Almeida Barboza, João Alfredo Seixas","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1060","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Embora os índices de gestação na adolescência estejam caindo globalmente nos últimos anos, o Brasil ainda está acima da média mundial. A gravidez na adolescência é um problema multifacetado, com múltiplos fatores envolvidos, como pobreza, falta de acesso a contraceptivos ou uso incorreto deles, e informações inadequadas sobre saúde sexual e reprodutiva. A gravidez na adolescência é um dos desfechos mais desfavoráveis e geralmente não planejados da atividade sexual dos jovens, promovendo um alto índice de evasão escolar, com implicações a longo prazo para elas como indivíduos, suas famílias e suas comunidades. Objetivos: Avaliar o perfil social de adolescentes gestantes no município de Miguel Pereira (RJ), incluindo nível de instrução, estado civil e adequação em relação às consultas do pré-natal, conforme as orientações do Ministério da Saúde. Métodos: Realizou-se análise dos dados disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). Avaliou-se o número de nascidos vivos no município de Miguel Pereira (RJ) entre os anos de 2016 e 2020, separados de acordo com as faixas etárias de 10 a 14 anos e 15 a 19 anos. A amostra relacionou-se com as seguintes variáveis: nível de instrução, estado civil e adequação em relação às consultas pré-natais previstas pelo Sistema Único de Saúde. Resultados: No período analisado, ocorreu um total de 1.674 partos no município de Miguel Pereira, dos quais 255 (15,2%) foram de meninas entre 15 e 19 anos e 9 (0,53%) foram de meninas entre 10 e 14 anos. Em relação à faixa etária de 10 a 14 anos, todas as gestantes eram solteiras e haviam concluído entre 4 e 7 anos de estudo; 5 (55%) tiveram uma adesão ao pré-natal mais do que adequada, enquanto 2 (22%) tiveram um acompanhamento inadequado e 1 (11%) teve um acompanhamento intermediário. No que diz respeito às jovens de 15 a 19 anos, 234 (91,7%) eram solteiras e 17 (6,66%) eram casadas; 188 (73,7%) haviam concluído entre 8 e 11 anos de estudo, enquanto 7 (2,75%) haviam concluído mais de 12 anos de estudo; 97 (38%) das gestantes tiveram uma adesão ao pré-natal mais do que adequada, enquanto 62 (24,3%) tiveram um acompanhamento inadequado. Conclusão: De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a média nacional de nascimentos de mães adolescentes está em torno de 14%. Nossos números são mais elevados, o que demonstra a importância do planejamento de ações para diminuir essas estatísticas. Com os dados coletados, foi possível identificar taxas mais altas de gestação em adolescentes entre 15 e 19 anos, que têm baixo nível de instrução, são solteiras e têm boa adesão ao pré-natal em Miguel Pereira (RJ). Somente ao conhecermos nossa realidade, podemos realizar políticas públicas para reverter essa situação, lembrando que todos nós temos um papel a desempenhar para ajudar os jovens a se tornarem adultos mais seguros e saudáveis. Famílias, escolas e organizações comunitárias devem trabalhar em conjunto para abordar amplamente essa questão que coloca em risco a saúde dos adolescentes.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"274 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Jornal brasileiro de ginecologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1060","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: Embora os índices de gestação na adolescência estejam caindo globalmente nos últimos anos, o Brasil ainda está acima da média mundial. A gravidez na adolescência é um problema multifacetado, com múltiplos fatores envolvidos, como pobreza, falta de acesso a contraceptivos ou uso incorreto deles, e informações inadequadas sobre saúde sexual e reprodutiva. A gravidez na adolescência é um dos desfechos mais desfavoráveis e geralmente não planejados da atividade sexual dos jovens, promovendo um alto índice de evasão escolar, com implicações a longo prazo para elas como indivíduos, suas famílias e suas comunidades. Objetivos: Avaliar o perfil social de adolescentes gestantes no município de Miguel Pereira (RJ), incluindo nível de instrução, estado civil e adequação em relação às consultas do pré-natal, conforme as orientações do Ministério da Saúde. Métodos: Realizou-se análise dos dados disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde do Brasil (DATASUS). Avaliou-se o número de nascidos vivos no município de Miguel Pereira (RJ) entre os anos de 2016 e 2020, separados de acordo com as faixas etárias de 10 a 14 anos e 15 a 19 anos. A amostra relacionou-se com as seguintes variáveis: nível de instrução, estado civil e adequação em relação às consultas pré-natais previstas pelo Sistema Único de Saúde. Resultados: No período analisado, ocorreu um total de 1.674 partos no município de Miguel Pereira, dos quais 255 (15,2%) foram de meninas entre 15 e 19 anos e 9 (0,53%) foram de meninas entre 10 e 14 anos. Em relação à faixa etária de 10 a 14 anos, todas as gestantes eram solteiras e haviam concluído entre 4 e 7 anos de estudo; 5 (55%) tiveram uma adesão ao pré-natal mais do que adequada, enquanto 2 (22%) tiveram um acompanhamento inadequado e 1 (11%) teve um acompanhamento intermediário. No que diz respeito às jovens de 15 a 19 anos, 234 (91,7%) eram solteiras e 17 (6,66%) eram casadas; 188 (73,7%) haviam concluído entre 8 e 11 anos de estudo, enquanto 7 (2,75%) haviam concluído mais de 12 anos de estudo; 97 (38%) das gestantes tiveram uma adesão ao pré-natal mais do que adequada, enquanto 62 (24,3%) tiveram um acompanhamento inadequado. Conclusão: De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a média nacional de nascimentos de mães adolescentes está em torno de 14%. Nossos números são mais elevados, o que demonstra a importância do planejamento de ações para diminuir essas estatísticas. Com os dados coletados, foi possível identificar taxas mais altas de gestação em adolescentes entre 15 e 19 anos, que têm baixo nível de instrução, são solteiras e têm boa adesão ao pré-natal em Miguel Pereira (RJ). Somente ao conhecermos nossa realidade, podemos realizar políticas públicas para reverter essa situação, lembrando que todos nós temos um papel a desempenhar para ajudar os jovens a se tornarem adultos mais seguros e saudáveis. Famílias, escolas e organizações comunitárias devem trabalhar em conjunto para abordar amplamente essa questão que coloca em risco a saúde dos adolescentes.