Luísa Jannuzzi Fraga Pinheiro, Guilherme Ribeiro Ramires de Jesús, Marcela Ignacchiti Lacerda, Flávia Cunha dos Santos, Nilson Ramires de Jesús, Denise Leite Maia Monteiro
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Abstract
Introdução: A amamentação é uma prática de suma importância para a saúde materna e neonatal. O aleitamento materno exclusivo é recomendado por, pelo menos, 4 meses e está associado, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a uma redução de 13% na mortalidade infantil até os 5 anos. Apesar dos benefícios, muitas pacientes portadoras de doenças crônicas, como é o caso do lúpus eritematoso sistêmico (LES), são desencorajadas e mal orientadas sobre a realização do aleitamento materno. Objetivo: Descrever a forma e o tempo de aleitamento materno de pacientes com LES acompanhadas em centro terciário. Material e métodos: Estudo transversal realizado com pacientes com LES, com, pelo menos, seis meses pós-parto, no ano de 2022. Realizou-se contato telefônico e entrevista a partir de questionário semiestruturado. Discussão: Coletaram-se dados de 14 pacientes, com média de idade de 29 anos (16–19 anos). Dessas, apenas uma não amamentou, devido à internação de recém-nascido prematuro com duração de 9 meses e 20 dias, período no qual o recém-nato recebeu leite materno e fórmula pela sonda, e aleitamento exclusivo por fórmula após a alta hospitalar. A média de tempo do aleitamento materno entre as 13 pacientes que amamentaram foi de 6 meses, sendo que 5 pacientes ainda estão amamentando e todas iniciaram o aleitamento no hospital. Seis pacientes interromperam o aleitamento materno antes dos 4 meses, sendo uma devido ao uso de medicamentos para LES (MMF), 3 por baixa produção de leite, uma por complicação de mastite e uma por dificuldade na pega do neonato ao seio. Seis fizeram aleitamento materno exclusivo por, pelo menos, quatro meses. Entre as 14 pacientes, 7 relataram que seus filhos receberam leite artificial no hospital. Entre as pacientes que amamentaram e já interromperam a amamentação, a média do tempo de aleitamento materno foi de 5,8 meses (1-10 meses). Das 14 pacientes avaliadas, 11 informaram que foram orientadas sobre a amamentação durante as consultas pré-natais e nenhuma relatou ter recebido orientação sobre não poder amamentar de qualquer profissional da saúde. Conclusão: Observa-se que a maior parte das pacientes iniciou a amamentação, porém quase metade delas não cumpriu os 4 meses recomendados de aleitamento materno exclusivo. Contudo, apenas 2 pacientes das 13 que amamentaram precisaram interromper o aleitamento devido ao LES. Há ainda desafios para a amamentação que afetam pacientes independentemente de doenças crônicas associadas, como baixa produção de leite e dificuldades na pega do neonato. De forma positiva, constatamos que grande parte das pacientes recebeu orientação sobre amamentação durante o pré-natal e nenhuma foi orientada erroneamente de que haveria uma contraindicação à amamentação.