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Abstract
Em Diário de luto (2009), Roland Barthes recolhe os fragmentos dos seus dias atingidos pela dor da perda de sua mãe, em 1977. Através e atravessado pela escrita, ele não apenas encontra uma maneira de lidar com seu sofrimento, mas também resgata o sujeito do esgarçamento provocado por essa perda. A linguagem dramatiza a dilaceração do indivíduo e, assim, reconfigura as instâncias do discurso em que ele se reconstrói. Carlito Azevedo, em seu poema “H.”, do livro Monodrama (2009), também tematiza a morte da mãe. Neste caso, o sujeito lírico se embrenha nas frechas da dor por meio da linguagem poética, que reconstitui e mobiliza as referências da formação do poeta em face da perda de quem o gerou. O artigo pretende, assim, comparar e discutir os modos e as tensões nos textos de Barthes e Carlito para não sucumbir diante da dor e se manterem nas bordas da escrita, em que gêneros e gestos se dissolvem.