Isabelle Gamberoni Assumpção, Ana Paula V. S. Esteves
{"title":"Perfil das pacientes com pré-eclâmpsia em um hospital universitário","authors":"Isabelle Gamberoni Assumpção, Ana Paula V. S. Esteves","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1097","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: Os distúrbios hipertensivos são a maior causa de mortalidade materna. Estes estão associados a graves morbidades e ao maior desenvolvimento e morte por doença cardiovascular, além de complicações fetais. Um grupo de fatores de médio e alto risco está intimamente relacionado; identificando-os, a profilaxia e o diagnóstico precoce podem ser mais efetivos e gerar melhores desfechos. Objetivo: Analisar a população de grávidas diagnosticadas com hipertensão no hospital universitário. Métodos: Pesquisa quantitativa, retrospectiva, descritiva e analítica. Analisaram-se todas as internações obstétricas em 2019 e selecionaram-se casos de hipertensão. Em uma amostra de 1.485 internações, totalizaram 154 (10,4%) com tal diagnóstico. O projeto atendeu às Resoluções nº 466/12 e nº 530/19, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob CAAE nº 30255320.0.0000.5247. Resultados: A faixa etária média esteve em 28,6 anos. São brancas 50,6% (78); pardas 33% (51) e pretas 11% (17). A respeito da classificação, 60% (91) é referente à pré-eclâmpsia (PE) e 26% (39) dos diagnósticos foram de PE sobreposta, sendo 2,6% (4) HELLP. Quanto aos antecedentes obstétricos, 22,7% (35) têm história de perda, sendo 19% (29) aborto prévio e 4,5% (7) natimortos; 0,65% (1) tem história de trombofilia; 0,65% (1) tem antecedente de descolamento prematuro de placenta. Ademais, 9,7% (15) tem PE prévia e 0,65% (1) história familiar positiva para tal. Sobre a gravidez atual, 28,5% (44) eram primíparas, têm hipertensão crônica 28,5% (44); nefropatia 0,65% (1); 0,65% (1) tem trombofilia; 0,65% (1) possuíram gravidez múltipla; 1,95% (3) eram diabéticas prévias; 16,8% (26) desenvolveram na gestação; 5,8% (9) eram obesas; 20,1% (31) tinham mais de 35 anos e 7,8% (12) menos de 19. A via de parto mais prevalente foi a cesárea, totalizando 62,33% (96). Foram identificadas 4,5% (7) puérperas. Conclusão: O estudo permitiu caracterizar a incidência e o perfil das gestantes, relacionando-os com as características sociodemográficas, obstétricas, complicações, desfecho fetal e materno. Dentro da população amostral estudada, 75% (116) apresentou, pelo menos, um fator de risco na história epidemiológica, patológica ou obstétrica. Em relação à saúde pública, ressalta-se a necessidade de maior atenção às doenças não transmissíveis, bem como deve-se lançar mão de iniciativas que aumentem a conscientização para que o pré-natal tenha início precoce. Destaca-se a importância da capacitação dos profissionais da atenção primária sobre avaliação de risco, precisa medição da pressão, aconselhamento e garantia de disponibilidade de aspirina, bem como sua adesão. Enfatiza-se que o near miss deve ter cada vez mais destaque para que sejam detectados de forma precoce. Do mesmo modo, deve-se valorizar o aconselhamento sobre gestações futuras, uma vez que em caso de HELLP, o risco de recorrência é de até 27%, e se a gestação terminou antes de 32 semanas, o risco na gestação subsequente é de até 61%.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"7 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Jornal brasileiro de ginecologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1097","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: Os distúrbios hipertensivos são a maior causa de mortalidade materna. Estes estão associados a graves morbidades e ao maior desenvolvimento e morte por doença cardiovascular, além de complicações fetais. Um grupo de fatores de médio e alto risco está intimamente relacionado; identificando-os, a profilaxia e o diagnóstico precoce podem ser mais efetivos e gerar melhores desfechos. Objetivo: Analisar a população de grávidas diagnosticadas com hipertensão no hospital universitário. Métodos: Pesquisa quantitativa, retrospectiva, descritiva e analítica. Analisaram-se todas as internações obstétricas em 2019 e selecionaram-se casos de hipertensão. Em uma amostra de 1.485 internações, totalizaram 154 (10,4%) com tal diagnóstico. O projeto atendeu às Resoluções nº 466/12 e nº 530/19, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob CAAE nº 30255320.0.0000.5247. Resultados: A faixa etária média esteve em 28,6 anos. São brancas 50,6% (78); pardas 33% (51) e pretas 11% (17). A respeito da classificação, 60% (91) é referente à pré-eclâmpsia (PE) e 26% (39) dos diagnósticos foram de PE sobreposta, sendo 2,6% (4) HELLP. Quanto aos antecedentes obstétricos, 22,7% (35) têm história de perda, sendo 19% (29) aborto prévio e 4,5% (7) natimortos; 0,65% (1) tem história de trombofilia; 0,65% (1) tem antecedente de descolamento prematuro de placenta. Ademais, 9,7% (15) tem PE prévia e 0,65% (1) história familiar positiva para tal. Sobre a gravidez atual, 28,5% (44) eram primíparas, têm hipertensão crônica 28,5% (44); nefropatia 0,65% (1); 0,65% (1) tem trombofilia; 0,65% (1) possuíram gravidez múltipla; 1,95% (3) eram diabéticas prévias; 16,8% (26) desenvolveram na gestação; 5,8% (9) eram obesas; 20,1% (31) tinham mais de 35 anos e 7,8% (12) menos de 19. A via de parto mais prevalente foi a cesárea, totalizando 62,33% (96). Foram identificadas 4,5% (7) puérperas. Conclusão: O estudo permitiu caracterizar a incidência e o perfil das gestantes, relacionando-os com as características sociodemográficas, obstétricas, complicações, desfecho fetal e materno. Dentro da população amostral estudada, 75% (116) apresentou, pelo menos, um fator de risco na história epidemiológica, patológica ou obstétrica. Em relação à saúde pública, ressalta-se a necessidade de maior atenção às doenças não transmissíveis, bem como deve-se lançar mão de iniciativas que aumentem a conscientização para que o pré-natal tenha início precoce. Destaca-se a importância da capacitação dos profissionais da atenção primária sobre avaliação de risco, precisa medição da pressão, aconselhamento e garantia de disponibilidade de aspirina, bem como sua adesão. Enfatiza-se que o near miss deve ter cada vez mais destaque para que sejam detectados de forma precoce. Do mesmo modo, deve-se valorizar o aconselhamento sobre gestações futuras, uma vez que em caso de HELLP, o risco de recorrência é de até 27%, e se a gestação terminou antes de 32 semanas, o risco na gestação subsequente é de até 61%.