Amanda Alves Marinho, Regina Rocco, Paulo Roberto Silva Marinho, Mario Vicente Giordano, Andréia Luiz Montenegro da Costa
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Abstract
Introdução: Para conter o avanço da pandemia de COVID-19, mudanças sociais se fizeram necessárias, como o distanciamento social e o lockdown, e geraram impactos na saúde mental da população. Objetivo: Revisão da literatura para identificar a prevalência da depressão pós-parto (DPP) durante a COVID-19 e os principais fatores de risco. Método: Revisão integrativa da literatura, utilizando-se a metodologia proposta por Whittemore e Knafl. Utilizaram-se as bases de dados National Library of Medicine (PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Os termos buscados foram determinados por meio do Medical Subject Headings (MeSH) e dos Descritores em Ciências da Saúde (DeCS) e foram pesquisados em inglês e português: "COVID-19", "COVID-19 pandemic"/"pandemia COVID-19", "depression, postpartum"/"depressão pós-parto", "postnatal depression"/"depressão puerperal". Foram incluídos os artigos de pesquisa primária que abordassem o tema da depressão pós-parto associado ao contexto da pandemia de COVID-19 e que aplicaram a Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (EPDS). Também era necessário que a EPDS tivesse sido aplicada em puérperas a partir de duas semanas de pós-parto, levando em conta que do pós-parto imediato até duas semanas há maior labilidade emocional fisiológica. A busca de artigos foi realizada até o mês de maio de 2022 e resultou em 231 artigos. Dentre os artigos identificados nas bases de dados, seis artigos originais se enquadravam nos critérios de inclusão e exclusão. Resultados: Apresentam-se os principais aspectos e hipóteses determinantes da DPP durante a pandemia e a prevalência na localidade. Os estudos divergiram e encontramos aumento, redução ou manutenção das taxas de DPP durante a pandemia. Discussão: A prevalência de DPP evidenciada nos estudos foi conflitante, já que tanto aumento, manutenção e redução foram encontrados. No Japão, há estudos com manutenção e redução da DPP, o que pode estar relacionado à ausência de medidas governamentais de lockdown. Na Turquia, estudos que evidenciaram aumento da prevalência coletaram os dados no ano de 2020, enquanto os que demonstraram redução realizaram o estudo no ano de 2021. O cenário epidemiológico da pandemia de COVID-19 pode ter influenciado os achados de ambos os estudos, visto que em 2021 já havia vacinas disponíveis para COVID-19 e o grau de conhecimento acerca da pandemia era maior. Conclusão: A pandemia de COVID-19 afetou a sociedade, não só pela letalidade associada à doença, mas pelas medidas realizadas para conter o avanço do vírus. Os grupos de risco, como puérperas e gestantes, precisam de um olhar cuidadoso por parte dos profissionais de saúde, visando evitar repercussões negativas das doenças mentais. A prevalência de DPP durante a pandemia de COVID-19 variou de acordo com o país em que os casos foram analisados, com aumento, manutenção e redução dela. Evidenciou-se que o medo da pandemia de COVID-19, de se infectar e de transmitir para o bebê está associado à DPP.