Arleia Ribeiro da Silva, Susana Cristina Aidé Viviani Fialho, Caroline Alves de Oliveira Martins, Isabel Cristina Chulvis do Val Guimarães, Amanda Milanezi Ramon
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Abstract
Introdução: A detecção precoce do câncer de colo de útero por meio do rastreamento de alterações colpocitológicas é uma estratégia importante. A prevenção primária inclui a vacinação contra o Papilomavírus humano (HPV), que é necessário para o desenvolvimento do câncer cervical. Além da persistência da infecção pelo HPV, fatores de risco como imunossupressão, tabagismo, uso de contraceptivos hormonais, múltiplos parceiros sexuais, idade, início precoce da atividade sexual e multiparidade também estão associados ao desenvolvimento de lesões pré-malignas e malignas. Objetivos: O objetivo deste estudo foi estimar a prevalência de alterações colpocitológicas em mulheres atendidas em um ambulatório de um grande hospital militar e avaliar o perfil epidemiológico dessas mulheres. Material e métodos: Foi realizado um estudo retrospectivo, observacional e transversal, utilizando dados coletados de prontuários no período de janeiro de 2016 a dezembro de 2019. A população do estudo incluiu mulheres atendidas no ambulatório de ginecologia e patologia cervical, incluindo militares e dependentes civis de militares de todas as regiões do país e do exterior. Resultados: Foram incluídas no estudo 10.970 mulheres. Foram identificadas 217 mulheres com alterações colpocitológicas, o que resultou em uma prevalência de 1,98%. A média de idade dessas mulheres foi de 40 anos, a média de número de filhos foi de 1,55 e a idade média de início da atividade sexual foi de 18 anos. Em relação às variáveis categóricas, foi observado que 21,20% das pacientes com alterações colpocitológicas utilizavam contraceptivos hormonais e 9,22% das pacientes relataram uso de preservativo masculino. A prevalência de mulheres com algum fator de imunossupressão foi de 5,61%. Além disso, 5,99% das pacientes com alterações colpocitológicas eram tabagistas e 17,05% tinham mais de 3 filhos. A maior prevalência de alteração colpocitológica foi de lesão intraepitelial de baixo grau (LSIL) com 33,64%, seguida de células atípicas de significado indeterminado (ASC-US) com 33,18%. A regressão logística múltipla mostrou uma associação estatisticamente significativa entre tabagismo e lesões NIC 2+ (neoplasia intraepitelial de grau 2, grau 3 ou carcinoma invasor) confirmadas por histopatologia (p<0,05). Não foram encontradas associações estatisticamente significativas entre outras variáveis de risco, nem entre as alterações colpocitológicas como ASC-US e LSIL com lesões NIC 2+. Conclusão: A prevalência de alterações colpocitológicas em mulheres atendidas nesse hospital foi semelhante aos dados do Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (SISCOLO) de 2016. As alterações encontradas foram predominantemente de baixo risco para lesões NIC 2+. Além disso, identificou-se forte associação entre tabagismo e a evolução do câncer de colo de útero e suas lesões precursoras.