Maria Clara Serra Soeiro, Daisy Melo Ribeiro, Jussara Fresta de Moura, Ana Julia Rocha da Silva, Marcos Paulo Cardoso Marques, Bruna Obeica Vasconcellos, Jacqueline Assumção Silveira Montuori, Vanessa Rodrigues Apfel
{"title":"Câncer de colo de útero em paciente jovem: relato de caso","authors":"Maria Clara Serra Soeiro, Daisy Melo Ribeiro, Jussara Fresta de Moura, Ana Julia Rocha da Silva, Marcos Paulo Cardoso Marques, Bruna Obeica Vasconcellos, Jacqueline Assumção Silveira Montuori, Vanessa Rodrigues Apfel","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1113","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: O câncer de colo uterino é uma neoplasia comum e representa um problema de saúde pública significativo. O exame citopatológico do colo uterino é o principal método utilizado para o rastreamento dessa doença. A relação entre a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) e o desenvolvimento do carcinoma cervical é bem estabelecida, sendo que o HPV está presente em 99% dos casos, sendo associado a fatores de risco que aumentam a probabilidade de infecção. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a incidência desse câncer aumenta em mulheres entre 30 e 39 anos e atinge o pico na quinta ou sexta década de vida. Antes dos 25 anos, predominam as infecções por HPV e as lesões de baixo grau, que geralmente regridem espontaneamente e podem ser acompanhadas conforme as recomendações clínicas. Objetivo: Relatar um caso de carcinoma de células escamosas em uma paciente com menos de 25 anos. Relato de caso: D.D.S., mulher, 23 anos, G3P3, sem comorbidades relatadas. História da doença atual: a paciente apresentou sangramento vaginal intenso associado à polaciúria nos últimos 3 dias. Não relatou dor abdominal, disúria ou urgência urinária. Exame físico: a paciente estava em bom estado geral, sem alterações nos sinais vitais, mas apresentava palidez acentuada (3+/4+). Durante o exame especular, observou-se uma lesão com consistência esponjosa e sangramento ativo saindo pelo orifício externo. No toque vaginal, foi palpável uma massa com limites mal definidos no colo uterino. O resultado da biópsia confirmou o diagnóstico de carcinoma de células escamosas. Discussão: O exame citopatológico do colo do útero, conhecido como colpocitologia oncótica, é um exame altamente sensível, de baixo custo e fácil execução. O diagnóstico precoce do câncer de colo de útero, quando há maior chance de cura, é possível por meio da realização periódica desse exame, permitindo o diagnóstico na fase pré-clínica. A faixa etária prioritária para o rastreamento, definida como 25 a 64 anos, baseia-se na maior ocorrência de lesões de alto grau nesse grupo. No entanto, é importante ressaltar que a priorização de faixas etárias não exclui a possibilidade de oferecer o exame a mulheres fora dessas faixas prioritárias. Na prática clínica, uma anamnese adequada e o reconhecimento dos fatores de risco associados e do histórico médico da paciente são fundamentais para a indicação do exame de rastreamento. Portanto, de acordo com os sintomas apresentados no caso, a presença de uma lesão vegetante e a multiparidade como fator de risco, a conduta diagnóstica adequada foi a realização de biópsia, que confirmou o carcinoma de células escamosas, o tipo histológico mais comum de câncer de colo uterino. Conclusão: Conclui-se que uma investigação ativa e precoce, baseada nos sintomas e fatores de risco, é necessária para o diagnóstico do câncer de colo uterino, mesmo antes dos 25 anos. Isso ressalta a importância da conscientização e do rastreamento adequado, independentemente da faixa etária da paciente.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"5 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Jornal brasileiro de ginecologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1113","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: O câncer de colo uterino é uma neoplasia comum e representa um problema de saúde pública significativo. O exame citopatológico do colo uterino é o principal método utilizado para o rastreamento dessa doença. A relação entre a infecção pelo papilomavírus humano (HPV) e o desenvolvimento do carcinoma cervical é bem estabelecida, sendo que o HPV está presente em 99% dos casos, sendo associado a fatores de risco que aumentam a probabilidade de infecção. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a incidência desse câncer aumenta em mulheres entre 30 e 39 anos e atinge o pico na quinta ou sexta década de vida. Antes dos 25 anos, predominam as infecções por HPV e as lesões de baixo grau, que geralmente regridem espontaneamente e podem ser acompanhadas conforme as recomendações clínicas. Objetivo: Relatar um caso de carcinoma de células escamosas em uma paciente com menos de 25 anos. Relato de caso: D.D.S., mulher, 23 anos, G3P3, sem comorbidades relatadas. História da doença atual: a paciente apresentou sangramento vaginal intenso associado à polaciúria nos últimos 3 dias. Não relatou dor abdominal, disúria ou urgência urinária. Exame físico: a paciente estava em bom estado geral, sem alterações nos sinais vitais, mas apresentava palidez acentuada (3+/4+). Durante o exame especular, observou-se uma lesão com consistência esponjosa e sangramento ativo saindo pelo orifício externo. No toque vaginal, foi palpável uma massa com limites mal definidos no colo uterino. O resultado da biópsia confirmou o diagnóstico de carcinoma de células escamosas. Discussão: O exame citopatológico do colo do útero, conhecido como colpocitologia oncótica, é um exame altamente sensível, de baixo custo e fácil execução. O diagnóstico precoce do câncer de colo de útero, quando há maior chance de cura, é possível por meio da realização periódica desse exame, permitindo o diagnóstico na fase pré-clínica. A faixa etária prioritária para o rastreamento, definida como 25 a 64 anos, baseia-se na maior ocorrência de lesões de alto grau nesse grupo. No entanto, é importante ressaltar que a priorização de faixas etárias não exclui a possibilidade de oferecer o exame a mulheres fora dessas faixas prioritárias. Na prática clínica, uma anamnese adequada e o reconhecimento dos fatores de risco associados e do histórico médico da paciente são fundamentais para a indicação do exame de rastreamento. Portanto, de acordo com os sintomas apresentados no caso, a presença de uma lesão vegetante e a multiparidade como fator de risco, a conduta diagnóstica adequada foi a realização de biópsia, que confirmou o carcinoma de células escamosas, o tipo histológico mais comum de câncer de colo uterino. Conclusão: Conclui-se que uma investigação ativa e precoce, baseada nos sintomas e fatores de risco, é necessária para o diagnóstico do câncer de colo uterino, mesmo antes dos 25 anos. Isso ressalta a importância da conscientização e do rastreamento adequado, independentemente da faixa etária da paciente.