Meningiomas nas gestantes nos últimos 10 anos —revisão sistemática

José Ronyeryson dos Santos Evangelista, Juliana Umbelino da Silva Paixão, Wanderlon Valério Lopes, Pedro Filhagosa Diverio, Paula Cristina da Silva Jordão Moreira, Paula Vieira Villar, Júlia Maria Mendonça Machado Pinheiro, Katia Gleicielly Frigotto
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Abstract

Objetivo: Realizar uma revisão sistemática dos anos de 2012–2022 sobre meningiomas na gravidez, buscando informações sobre prevalência, idade, idade gestacional (IG), sintomas, fatores de risco, diagnóstico e tratamento. Fonte de dados: Realizou-se pesquisa bibliográfica nas bases de dados National Library of Medicine (PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Os descritores utilizados foram "meningioma AND (pregnant OR pregnancy)". Os critérios de inclusão foram artigos com texto completo disponível, publicados entre 2012 e 2022, nos idiomas português, espanhol e inglês. Artigos de revisão de literatura foram excluídos. Coleta de dados: Encontraram-se 130 artigos, dos quais 72 foram excluídos com base nos títulos, 20 foram excluídos com base nos resumos por não corresponderem ao tema, 15 eram repetidos e 2 foram excluídos por não estarem nos idiomas selecionados. Restaram 21 artigos para leitura na íntegra. Uma limitação deste estudo é que apenas um artigo se refere a casos de gestantes brasileiras. Resultados: A prevalência de meningioma em gestantes é de aproximadamente 5,6 casos por 100.000 grávidas, semelhante à prevalência em mulheres não grávidas. A progressão do meningioma durante a gravidez é geralmente lenta, mas as alterações hormonais podem estar relacionadas ao seu crescimento, principalmente devido aos receptores de progesterona. Outra hipótese é que as alterações hemodinâmicas da gravidez possam levar ao surgimento de sintomas em um meningioma já existente. No entanto, os únicos fatores de risco estabelecidos são o aumento da idade, exposição à radiação ionizante e algumas síndromes genéticas. A idade das gestantes com meningioma varia de 21 a 41 anos, com idade gestacional variando de 5 a 39 semanas (mediana de 32 semanas). Os sintomas mais comuns são cefaleia, hipoestesia, alterações visuais ou auditivas, náuseas, vômitos, letargia, convulsões e, nos casos de meningiomas espinhais, incontinência urinária e/ou fecal, e paresia dos membros. Geralmente, os sintomas surgem nos últimos trimestres da gestação, com redução pós-parto, mas podem recorrer em gestações subsequentes. O diagnóstico de meningioma durante a gravidez é feito preferencialmente por meio de ressonância magnética craniana (RMC), de preferência sem uso de contraste com gadolínio. O tratamento depende da avaliação individualizada de cada caso, sendo a observação até o pós-parto a abordagem preferencial quando possível, seguida da remoção do tumor. Se houver sinais ou sintomas neurológicos, podem ser utilizados corticosteroides, monoterapia em caso de convulsões e manitol em situações de urgência. A cesariana é a opção recomendada como primeira abordagem cirúrgica, seguida pela ressecção do tumor. No entanto, em casos de déficits neurológicos progressivos, a ressecção pode ser realizada antes do parto. Conclusão: Os casos de meningioma em gestantes são semelhantes aos casos em mulheres não grávidas. Os receptores hormonais, principalmente os de progesterona, podem desempenhar um papel importante no crescimento desses tumores. As alterações hemodinâmicas da gravidez também podem influenciar no crescimento ou surgimento de meningiomas, embora essa relação ainda não esteja totalmente esclarecida. Os sintomas mais comuns são visuais, cefaleia e convulsões, e geralmente ocorrem nos últimos trimestres da gestação, principalmente em mulheres a partir da terceira década de vida. O diagnóstico é feito por meio de RMC. O manejo do meningioma durante a gravidez requer uma abordagem multidisciplinar, considerando a saúde da mãe e do feto. A cirurgia é o tratamento de escolha, e o momento adequado depende da localização e do tamanho do tumor, dos sintomas, da idade gestacional, da viabilidade do feto e da decisão da gestante em relação à interrupção da gravidez.
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近10年孕妇脑膜瘤的系统回顾
摘要目的:系统回顾2012 - 2022年妊娠脑膜瘤的流行情况、年龄、胎龄、症状、危险因素、诊断和治疗。资料来源:在国家医学图书馆(PubMed)、科学电子图书馆在线(SciELO)和高等教育人员改进协调(CAPES)数据库中进行文献检索。使用的描述符是“脑膜瘤和(怀孕或怀孕)”。纳入标准是在2012年至2022年期间以葡萄牙语、西班牙语和英语发表的全文文章。排除文献综述文章。数据收集:共发现130篇文章,其中72篇因标题而排除,20篇因摘要不符合主题而排除,15篇重复,2篇因非选定语言而排除。还有21篇文章有待全文阅读。这项研究的一个局限性是,只有一篇文章提到了巴西孕妇的案例。结果:孕妇脑膜瘤的患病率约为5.6 / 10万例,与非孕妇的患病率相似。妊娠期脑膜瘤的进展通常缓慢,但激素的变化可能与生长有关,主要是由于孕酮受体。另一种假设是,怀孕期间的血流动力学变化可能导致现有脑膜瘤症状的出现。然而,唯一确定的危险因素是年龄的增加、电离辐射暴露和一些遗传综合征。脑膜瘤孕妇的年龄为21 - 41岁,胎龄为5 - 39周(中位为32周)。最常见的症状是头痛、感觉减退、视觉或听觉改变、恶心、呕吐、嗜睡、抽搐,在脊柱脑膜瘤的情况下,尿和/或粪便失禁和四肢麻痹。一般来说,症状出现在怀孕的最后三个月,产后减少,但可能在随后的怀孕中复发。妊娠期脑膜瘤的诊断最好通过颅磁共振成像(mri),最好不使用钆造影剂。治疗取决于每个病例的个体化评估,如果可能的话,观察到产后是首选的方法,然后切除肿瘤。如果有神经系统症状或体征,可使用皮质类固醇,癫痫时使用单药治疗,紧急情况下使用甘露醇。剖腹产是推荐的第一种手术方法,然后是肿瘤切除。然而,在进行性神经缺陷的情况下,可以在分娩前进行切除。结论:孕妇脑膜瘤病例与非孕妇相似。激素受体,特别是孕酮受体,可能在这些肿瘤的生长中发挥重要作用。妊娠血流动力学的变化也会影响脑膜瘤的生长或出现,尽管这种关系尚未完全阐明。最常见的症状是视力、头痛和抽搐,通常发生在怀孕的最后三个月,主要发生在生命的第三十年以上的妇女。诊断是通过cmr进行的。怀孕期间脑膜瘤的管理需要多学科的方法,考虑到母亲和胎儿的健康。手术是治疗的选择,适当的时间取决于肿瘤的位置和大小、症状、胎龄、胎儿的生存能力以及孕妇终止妊娠的决定。
本文章由计算机程序翻译,如有差异,请以英文原文为准。
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