{"title":"Os desfechos de LSIL em seguimentos de 12 a 36 meses de pacientes de uma instituição pública","authors":"Bruna Leticia Souza Taveira, Rita Maira Zanine, Luciana Karine Dos Santos, Nathan Vinicius Mendes Prehl Paulique","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1119","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: O rastreamento do câncer de colo de útero é fundamental para a detecção de alterações celulares típicas da infecção pelo HPV. Dentre as alterações observadas, as lesões de baixo grau (LSIL) correspondem a 1% dos resultados e são reconhecidas pela literatura como benignas e com grande potencial de regressão espontânea em cerca de 12 meses. Mundialmente, as diretrizes recomendam o manejo conservador de LSIL, a fim de evitar o sobretratamento de pacientes e consequentes adversidades. Questiona-se quais são as taxas de progressão e regressão espontânea de LSIL, assim como quais são os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de lesões de alto grau (HSIL), definidas como pré-neoplásicas. Objetivo: A pesquisa teve como objetivo a análise dos desfechos de seguimentos ambulatoriais de pacientes com diagnóstico citológico inicial compatível com LSIL. Objetivou-se também o levantamento da taxa de progressão de LSIL para HSIL, da taxa de terapias excisionais, do tempo decorrido do diagnóstico até a excisão da lesão e da associação com fatores de risco. Métodos: Estudo observacional, analítico e retrospectivo que contou com a coleta de dados de 340 prontuários de pacientes do ambulatório de PTGI do CHC-UFPR. Para a análise, 110 mulheres foram inseridas na pesquisa e tiveram dados observados de acordo com os seguimentos ambulatoriais de 36 meses. Para essa etapa do estudo, considerou-se os desfechos de seguimento após 12 meses até 36 meses. Para fins estatísticos, aplicou-se a média e o desvio padrão para variáveis contínuas e o teste exato de Fisher para variáveis categóricas. A curva de sobrevida de Kaplan-Meier foi utilizada para avaliar a relação de tempo e desfecho, e a regressão de Cox foi utilizada para correlacionar variáveis. Resultados: Das pacientes do estudo, 17 foram incluídas na amostra final, sendo que 4 perderam o seguimento e 13 foram manejadas conforme diretrizes. O grupo \"desfecho primário\" foi definido por mulheres submetidas à terapia excisional ou que apresentaram persistência de HSIL no seguimento. Nesse grupo, foram incluídas 9 pacientes, sendo que as 8 restantes apresentaram regressão espontânea das lesões ou alterações com menor risco oncológico e, portanto, foram classificadas como \"sem desfecho primário\". A média de idade do grupo foi de 33,7 (±6,58) anos, com média de sexarca de 16,11 (±2,42) anos, com médias de 1 filho e 5 parceiros por mulher. Dentro do grupo, 55,5% usavam métodos contraceptivos hormonais e eram tabagistas. Uma paciente perdeu o seguimento e 8 foram submetidas ao tratamento invasivo, sendo que, destas 8, 1 apresentou resultado anatomopatológico compatível com ausência de malignidade e 7 apresentaram resultados compatíveis com lesão de alto grau e, portanto, tiveram manejo adequado. Conclusão: Após 12 meses de seguimento, uma pequena parcela das lesões progride para HSIL, portanto, manter a conduta expectante de LSIL se mostra apropriado e evita o sobretratamento e suas adversidades.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"123 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Jornal brasileiro de ginecologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1119","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: O rastreamento do câncer de colo de útero é fundamental para a detecção de alterações celulares típicas da infecção pelo HPV. Dentre as alterações observadas, as lesões de baixo grau (LSIL) correspondem a 1% dos resultados e são reconhecidas pela literatura como benignas e com grande potencial de regressão espontânea em cerca de 12 meses. Mundialmente, as diretrizes recomendam o manejo conservador de LSIL, a fim de evitar o sobretratamento de pacientes e consequentes adversidades. Questiona-se quais são as taxas de progressão e regressão espontânea de LSIL, assim como quais são os fatores que podem contribuir para o desenvolvimento de lesões de alto grau (HSIL), definidas como pré-neoplásicas. Objetivo: A pesquisa teve como objetivo a análise dos desfechos de seguimentos ambulatoriais de pacientes com diagnóstico citológico inicial compatível com LSIL. Objetivou-se também o levantamento da taxa de progressão de LSIL para HSIL, da taxa de terapias excisionais, do tempo decorrido do diagnóstico até a excisão da lesão e da associação com fatores de risco. Métodos: Estudo observacional, analítico e retrospectivo que contou com a coleta de dados de 340 prontuários de pacientes do ambulatório de PTGI do CHC-UFPR. Para a análise, 110 mulheres foram inseridas na pesquisa e tiveram dados observados de acordo com os seguimentos ambulatoriais de 36 meses. Para essa etapa do estudo, considerou-se os desfechos de seguimento após 12 meses até 36 meses. Para fins estatísticos, aplicou-se a média e o desvio padrão para variáveis contínuas e o teste exato de Fisher para variáveis categóricas. A curva de sobrevida de Kaplan-Meier foi utilizada para avaliar a relação de tempo e desfecho, e a regressão de Cox foi utilizada para correlacionar variáveis. Resultados: Das pacientes do estudo, 17 foram incluídas na amostra final, sendo que 4 perderam o seguimento e 13 foram manejadas conforme diretrizes. O grupo "desfecho primário" foi definido por mulheres submetidas à terapia excisional ou que apresentaram persistência de HSIL no seguimento. Nesse grupo, foram incluídas 9 pacientes, sendo que as 8 restantes apresentaram regressão espontânea das lesões ou alterações com menor risco oncológico e, portanto, foram classificadas como "sem desfecho primário". A média de idade do grupo foi de 33,7 (±6,58) anos, com média de sexarca de 16,11 (±2,42) anos, com médias de 1 filho e 5 parceiros por mulher. Dentro do grupo, 55,5% usavam métodos contraceptivos hormonais e eram tabagistas. Uma paciente perdeu o seguimento e 8 foram submetidas ao tratamento invasivo, sendo que, destas 8, 1 apresentou resultado anatomopatológico compatível com ausência de malignidade e 7 apresentaram resultados compatíveis com lesão de alto grau e, portanto, tiveram manejo adequado. Conclusão: Após 12 meses de seguimento, uma pequena parcela das lesões progride para HSIL, portanto, manter a conduta expectante de LSIL se mostra apropriado e evita o sobretratamento e suas adversidades.