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Abstract
A biopolítica contemporânea é marcada pela molecularização da vida e uma intensa farmacologização do cotidiano, que sustenta a teoria hormonal do corpo e aprofunda a visão dos hormônios sexuais como mensageiros químicos do sexo/gênero. Assim, este artigo analisa relatos de história de vida de homens usuários da testosterona como ferramenta de modificação corporal para refletir sobre as fontes de informação legitimadas na busca por um encontro efetivo com o hormônio. São identificadas quatro fontes não mutuamente excludentes: a biomedicina, a clínica, grupos de usuários especialistas e uma rede pessoal de contatos. O hormônio se localiza no centro de oposições como natural/artificial, legal/ ilegal e legítimo/ilegítimo e articula uma ampla circulação de saberes que compõem sua própria biografia. As conclusões apontam para um processo de coprodução, no qual, mais do que priorizar uma fonte específica, constrói-se um corpo de saberes compartilhado e multifacetado sobre a testosterona.